Paramotor, uma paixão que está no sangue

Novidade no ar. Grupo montenegrino formado por cinco pilotos realiza passeios aéreos na cidade e atrai o público

Provavelmente você já reparou um equipamento paramotor sobrevoando o céu de Montenegro neste ano. Normalmente, esses equipamentos são vistos nas praias, onde a prática é muito mais frequente. No entanto, desde o ano passado, um grupo de cinco pilotos montenegrinos vem deixando o céu da cidade mais colorido e atraente com os passeios de paramotor e paratrike.

Tudo começou por acaso, como os próprios integrantes do grupo Paramonte dizem. Todos são pilotos habilitados de voo livre, mas como precisavam fazer um grande deslocamento para praticar o esporte, aproveitaram a popularização do aparelho motorizado e deram início ao projeto com o paramotor em Montenegro, em 2016. O principal local em que o grupo realiza a decolagem e o pouso é no terreno baldio em frente à antiga Ambev, na rua Osvaldo Aranha.

Apaixonados pelo voo, Francisco Ramazzini, o Xico, Osíris Gonçalves de Oliveira, Gustavo Cechinel, Jalvi Machado e Cristiano Ramazzini apreciam com frequência a paisagem do município e a geografia montenegrina nos passeios aéreos, mas ainda buscam realizar algo que não foi possível em um ano de grupo: os cinco pilotos voarem no mesmo dia e realizarem o passeio pelo céu da cidade juntos.

Mais experiente entre os integrantes do Paramonte, Xico é habilitado para voo livre há 20 anos, mas destaca que a paixão pelo voo está no sangue. “O piloto de paramotor é apaixonado. Quando era pequeno, eu pegava um guarda-chuva e pulava do telhado. O voador vem no DNA, está no sangue da pessoa. Não vou dizer que não é perigoso, mas a segurança depende muito do piloto”, ressalta.

Os cinco pilotos do Paramonte são formados no curso da Sky Company. No terreno baldio em frente à antiga Ambev, onde o grupo se reúne para voar, muitas pessoas demonstram interesse em começar a praticar o esporte. Para isso, é necessário realizar o curso e obter a habilitação para pilotar um paramotor. No feriado do dia 20 de setembro, 13 pilotos gaúchos estiveram reunidos no terreno e sobrevoaram o céu montenegrino.

Curiosamente, os integrantes do grupo montenegrino têm medo de altura. “Todos nós temos respeito e medo de altura. Para voar, acredito que tem que ter um pouco de medo. A altura é tua segurança. Quanto mais alto, menos risco tem. O risco está na terra, próximo ao chão. Nosso voo é lento, entre 30 e 40 km/h”, explica Osíris, que fazia asa de papelão e pulava de lugares altos quando criança, tamanha paixão pelo voo.

Além de Montenegro, o grupo criado no ano passado já realizou passeios aéreos no litoral gaúcho e no Paquete, em Capela de Santana. “Com tanque cheio, voamos entre duas e quatro horas, em média a 1000 pés (300 metros) de altura. O motor abastecido pesa entre 30 e 35 kg. Voamos de manhã cedo ou no final da tarde, mas nunca após o meio-dia. E dependemos 100% de vento, mas um vento de no máximo 15 km/h. É um hobby. Fazemos por puro prazer e para nos divertir”, diz Xico.

Sensações no ar e a meteorologia para voar
Os integrantes do grupo Paramonte destacam que só quem voa sabe como o esporte é apaixonante. Para Osíris, o prazer maior é ingressar em uma nuvem clara durante o passeio. “O troféu máximo do paramotor é entrar em uma nuvem branca. Por outro lado, não dá para chegar perto de uma nuvem escura, carregada. Por isso é essencial conhecer o ambiente”, salienta.

Além de reunir os cinco integrantes em um mesmo passeio, a ideia do grupo é fazer tiradas (viagens) mais longas nos próximos meses, para conhecer outros lugares. “Não temos lucro financeiro, é só diversão. Voamos para descontrair, para relaxar”, enfatiza Gustavo Cechinel.

Um dos aspectos que o grupo está sempre atento antes de realizar o voo é a condição climática, que nem sempre favorece. “A meteorologia é de suma importância para nós. Temos que saber respeitar as condições do tempo, não adianta ser teimoso”, declara Xico.

Para o experiente piloto, a sensação de voar é única. “É indescritível. É como andar em um balanço a 300 metros de altura”, completa.

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