Paracetamol P-500 está contaminado com o vírus Machupo?

Voltou a circular nas redes sociais a informação de que o medicamento Paracetamol P-500 estaria contaminado com o vírus Machupo. Esta informação já é antiga e já está no ar desde 2014. A postagem mais recente, que foi printada e circula no WhatsApp, é de uma página denominada Dr. Römal Möhammadi e vem seguida de uma imagem do medicamento e uma foto de uma pessoa com muitos caroços nas costas.

Na descrição, diz que o medicamento é novo, “muito branco e brilhante”. A postagem ainda afirma que o vírus Machupo é considerado um dos mais perigosos do mundo, com elevada taxa de mortalidade e que a contaminação do Paracetamol pelo vírus é comprovada por médicos.

A notícia é falsa. Não há relatos desse fato na Agência Nacional de Vigilância Sanitária, nem no Food and Drug Administration (FDA), agência norte-americana correspondente à Anvisa. Esse órgãos seriam os responsáveis por alertar a população e retirar o medicamento do mercado, caso ele representasse qualquer perigo para a saúde dos pacientes.

Paracetamol
O Paracetamol P-500 não é uma nova versão da substância. Na verdade, trata-se apenas da nomenclatura tilizada nos Estados Unidos para especificar o Paracetamol 500mg.

Não há possibilidade de esse medicamento ser contaminado porque, de acordo com o National Health Service (NHS, ou Serviço Nacional de Saúde), do Reino Unido, a grande maioria dos vírus não sobrevive por muito tempo fora do organismo de seus hospedeiros. Os mais resistentes podem sobreviver por, no máximo, 24h, dependendo das condições do ambiente.

Portanto, não seria possível o vírus permanecer no medicamento para, em seguida, contaminar um ser humano.

Vírus Machupo
O vírus Machupo de fato existe e está associado à febre hemorrágica biliviana. A infecção causa febre alta e fortes sangramentos. De fato, é realmente um dos mais perigosos do mundo, sendo trasmitidos de humano para humano. Roedores também podem portá-lo.

Os principais sintomas da doença são: febre alta; dor de cabeça; fadiga; e dores pelo corpo. O diagnóstico, de acordo com a Universidade de Stanford, é difícil de ser conseguido, porque os sintomas são muito parecidos com os causados por outras doenças, como a dengue, a malária e ebola.

Mas não há possibilidade de esse vírus ser transmitido através do medicamento Paracetamol. Portanto, reforçamos novamente: a notícia é FALSA!

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