Funcionários mais antigos da Fundarte ajudam a contar a história da instituição
Nesta segunda-feira, dia 7 de junho, a Fundação Municipal de Artes de Montenegro, Fundarte, completa 48 anos. Em meio à pandemia, a fundação se reinventou, continua atendendo todos os seus alunos, de forma remota, promovendo eventos, todos on-line transmitidos nas redes sociais e com toda a estrutura do prédio funcionando.
A história da instituição começou em 1910, com a criação do Conservatório de Música de Montenegro. Após ser duas vezes fechado, no dia 7 de junho de 1973, durante os festejos do Centenário de Montenegro, o Conservatório foi reaberto, sob a direção da professora Therezinha Petry Cardona.
Therezinha lembra com carinho do dia da reabertura, que inicialmente funcionou em um espaço no antigo Presídio Municipal. “Não imaginava que se tornaria um exemplo para outras cidades, que de 40 alunos iniciais teria mais de 1.200 hoje e com toda a gama das artes: ballet, dança, teatro, artes visuais, grupos artísticos, com um trabalho que é levado para todos os cantos do município e conhecido em todo o Estado e vários outros estados do país. Um trabalho sério com bases sólidas”, afirma Therezinha.
Atuando como Escola de Artes, a Fundarte proporciona ensino e pesquisa nas quatro áreas da expressão artística: Artes Visuais, Dança, Música e Teatro. A Fundação recebe anualmente centenas de alunos, com idade entre 3 e 96 anos. A instituição é atualmente um dos principais polos culturais da cidade, com promoção de eventos culturais e principalmente com o ensino de Artes.
Além disso, desde 2002 a Fundarte conta com a parceria da Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (UERGS), que realiza, de forma conjunta, quatro cursos superiores na área da arte: Graduação em Artes Visuais, Graduação em Dança, Graduação em Música e Graduação em Teatro, todos na modalidade licenciatura.
Funcionários mais antigos ajudaram a escrever a história
Há 31 anos, em 1990, o professore de música Marcelo Ohlweiler iniciava sua trajetória profissional na Fundarte. A primeira função exercida foi como monitor do seu primeiro professor de violão. Como aluno da instituição, Ohlweiler conta que durante toda sua formação foi bolsista da Fundação.
Dentre os tantos momentos marcantes vividos na instituição, o professor destaca três deles: a noite de formatura da Graduação, o lançamento do seu CD solo “Paisagens” e um concerto em conjunto com a Orquestra de Sopros da Fundarte. “Tocamos com a Orquestra de Sopros da Fundarte realizando um sonho antigo de fazer uma apresentação tocando composições com a Orquestra e grandes músicos da cidade”, relata.
A paixão de Ohlweiler pela docência é antiga, surgiu já no primeiro dia de aulas na Fundarte, após uma conversa com seu professor. Ele afirma que os grandes professores com os quais pode aprender durante a sua formação na instituição foram fundamentais para tornar o profissional que é hoje.
“A Fundarte desde cedo é a minha segunda casa. Foi um caminho natural ter escolhido minha carreira como professor e um privilégio ter construído toda minha trajetória acadêmica e profissional junto da Fundação”, destaca Ohlweiler.
A trajetória acadêmica e profissional da professora Sandra Rhoden também foi trilhada dentro da Fundarte. Ela iniciou na instituição como aluna, anos depois passou a ser monitora e a seguir professora. Dentre os tantos momentos importantes vividos na Fundarte, Sandra destaca dois, um como aluna e outro já como professora.
“O que me marcou muito foi como aluna, ainda criança, as apresentações e viagens do Coro Infanto Juvenil com a regente Marlí Marlene Becker”, destaca. Como professora, Sandra lembra com carinho da primeira vez que regeu, no palco no teatro Roberto Atayde Cardona, o Coro Infanto Juvenil da Fundarte. “Foi um momento singular no qual pude revisitar a memória de uma criança que desejava um dia conduzir um coro e o desejo tinha se concretizado” relata a professora.
Após 27 anos trabalhando na instituição, Sandra afirma que exercer a docência de forma remota desde 2020 até o momento tem sido um dos principais desafios como professora. “Atendo especificamente as infâncias. Tanto as turmas de música como de artes visuais dependem da parte prática, na qual a socialização entre os pares é fundamental para o desenvolvimento do processo criativo e do conhecimento”, destaca Sandra.
Funcionária da limpeza da Fundarte, Maria Lúcia Costa, de 62 anos, trabalha na instituição há 25 anos. Ela conta com carinho dos alunos que viu crescer e se tornarem depois profissionais dentro da instituição. “Eu lembro ainda da época que aqui funcionava a escolinha de arte da Fundarte, nos fundos tinha uma pracinha. Hoje as crianças fazem aulas com a Sandra, que são os pequenininhos, depois começa o ballet e assim por diante. Acompanhar o crescimento destes pequeninhos foi muito bom”, conta Maria.
A funcionária considera a Fundarte a sua segunda casa, mesmo já aposentada ela continua trabalhando na instituição. “Não me vejo longe daqui, já estou aposentada e continuo trabalhando, enquanto eu puder ainda estarei aqui”, afirma Maria.
Ela espera que a instituição siga crescendo e sendo a referência de arte na cidade. “Acompanhei toda essa evolução da Fundarte e foi muito bom ver ela crescendo. Quando eu comecei o prédio novo ainda não estava pronto, hoje tem toda essa estrutura. Então o que eu espero para o futuro é que a Fundarte continue crescendo e sendo importante na vida de cada aluno que passa por aqui”, afirma Maria.
Show Luminoso com Elias Barboza Quinteto será atração
Para comemorar os 48 anos da Fundarte, na próxima segunda-feira, 7, será apresentado um show com Elias Barboza Quinteto. A apresentação será on-line e transmitida ao vivo no Canal da Fundarte e da TV Cultura do Vale no YouTube e página da Fundarte no Facebook, às 19 horas.
O show terá como conceito principal as músicas no formato de canções instrumentais. O trabalho parte do choro, mas contempla ritmos de todo Brasil. Gêneros como o baião, frevo, afrosamba, xote, com as influências de compositores como Dominguinhos, Baden Powell, Dorival Caymmi, foram inspiração para o bandolinista Elias Barboza Quinteto. Somam-se ainda as composições dentro do gênero do choro, onde Jacob do Bandolim, Pixinguinha e Radamés Gnattali, sempre foram referências para Elias.