Ideia do Governo é que a própria concessionária custeie as melhorias
Uma nova concessão do restaurante do Parque Centenário, fechado pelo menos desde 2005, há mais de quinze anos, vai demandar uma boa reforma do prédio. Segundo o secretário municipal de Indústria, Comércio e Turismo, Waldir Kleber, é necessária uma revitalização; cujo custo é avaliado entre R$ 300 mil e R$ 500 mil pelo setor de Planejamento da Prefeitura. Ainda não foi feito, porém, um orçamento oficial com todas as intervenções necessárias.
A ideia, de acordo com o secretário, é lançar chamamento público para que uma nova empresa assuma o restaurante e faça, ela mesma, o investimento. O valor gasto, então, seria compensado pelo que o empreendimento teria que pagar de aluguel. “Nós vamos propor ao prefeito e demais secretarias envolvidas para que se prepare essa concorrência pública”, disse Kleber. “O restaurante do Parque era frequentado por uma grande quantidade de montenegrinos e pessoas que vinham de outros municípios para nos visitar e usavam o espaço.”
A pauta veio à público por iniciativa do vereador Gustavo Oliveira (PP), que propôs reunião na Câmara de Vereadores para entender como a volta da utilização do restaurante vinha sendo trabalhada pelo governo. “O restaurante voltar a funcionar é fundamental para dar uma vida maior ao Parque; e acredito que terão muitos empresários interessados em explorar aquele prédio comercialmente”, comentou o parlamentar. “Faz muitos anos que ele está fechado. Nesse último fim de semana mesmo, teve um grande evento de motos no parque e não tinha um restaurante para receber tantas pessoas que vieram de fora.”
O secretário Kleber revelou, no encontro, que ainda não iniciaram tratativas para a nova concessão do restaurante pois, em um primeiro momento, a reforma do prédio iria integrar o amplo projeto de revitalização do Centenário; em pauta desde o início do Governo Zanatta. “Tem um projeto que está sendo preparado sob vários aspectos. Inclusive, já foi feito um investimento na energia elétrica, que faltava um transformador adequado. Mas, agora, como o tempo foi passando, a ideia não é mais aguardar toda a revitalização do parque. É já, em seguida, fazer a concessão do restaurante”, colocou.
O vereador aplaudiu a ideia. “Eu sei que existe o projeto total do parque, mas acredito que ele ainda vai demandar muito tempo, tanto para a confecção quanto para a execução. Provavelmente, vai demandar emendas parlamentares; coisas que demoram muito para ser implementadas”, comentou Oliveira. “Nós acreditamos que, para o restaurante, a parceria público privada é perfeita.”
NOVA TENTATIVA
Da última vez que uma empresa explorou o espaço como restaurante, ele acabou fechando em meio a uma polêmica. A organização que ocupava o local devia vários meses de aluguel à Prefeitura, alegando já ter gasto com investimentos no prédio. O caso foi parar na Justiça, com pedido de reintegração de posse. Após, quando o imóvel foi desocupado, ele ainda foi usado pelo Grupo Tarca de Arte; e, em 2013, para abrigar a Biblioteca Pública do Município enquanto a sede original era reformada. A edificação abrigou o acervo de livros até o ano passado.
Nesse meio tempo, houve uma tentativa de concessão; no mesmo formato previsto hoje, em que a empresa que assumisse se responsabilizaria pelas reformas necessárias. Foi em 2010, quando o Governo Percival editou uma lei prevendo exatamente isso; num investimento que, na época, seria de R$ 58 mil. Acabou não indo pra frente. O dispositivo legal é válido até hoje e prevê que, lançado chamamento público, a concessão valha por cinco anos; prorrogáveis por mais cinco. Waldir Kleber não descarta a ampliação do prazo como forma de viabilizar o custeio das reformas.
Café da Estação é exemplo de concessão do Município
Exemplo de um modelo de concessão de espaço público em operação hoje é o Café da Estação, na Estação da Cultura. O espaço foi assumido pela empresa “Pedacinho do Céu” em agosto de 2019, após ficar quase quatro anos desocupado. É que, no caminho para a nova concessão, demorou até que a Administração Municipal readequasse e regulamentasse as regras para a exploração.
A empresária Débora Zeballes, proprietária da atual concessionária, destaca que, como é de se esperar no caso do Centenário, é considerável o movimento no espaço público aos finais de semana. Tanto, que ela está em tratativas para renovar o contrato e seguir no complexo. Para os dias da semana, porém, a empreendedora diz que depende de outras alternativas para garantir o faturamento. “Se a gente dependesse só do café, não daria tão certo, então viemos com outras categorias junto. Temos a pronta entrega e muita tele entrega”, relata.
Após três anos de contrato, e tendo enfrentado todo o período da pandemia, a “Pedacinho do Céu” foi se adaptando conforme conhecia o público da Estação da Cultura. “Começamos com um cardápio, um horário, e fomos nos adaptando até os clientes de hoje. Tiramos coisas, colocamos coisas. Do horário, começamos o dia todo; aí, entendemos que o movimento era só a tarde”, conta. “Agora, botamos a alaminuta e voltamos a abrir de manhã por termos introduzido o almoço”. Também foram feitas melhorias na parte externa como atrativo aos clientes.