Neste domingo (4) aconteceu a ordenação episcopal de Dom Carlos Romulo Gonçalves e Silva, nomeado bispo coadjutor da Diocese de Montenegro. Dom Carlos será oficialmente acolhido aqui na próxima sexta-feira (9).
Nascido na cidade de Piratini/RS, em 24 de janeiro de 1969, Dom Carlos Romulo conta, em entrevista à Assessoria de Comunicação da Diocese de Montenegro, que, inicialmente, os pais não apoiaram a decisão em ser padre. “O pai e a mãe nunca disseram nada contra, mas achavam que era algo que eu perderia tempo na minha vida e que não me levaria a lugar nenhum, coisa de jovem e que iria passar”, com o tempo, os pais passaram a ser os principais defensores da vocação.
Filho de agricultores, o jovem Carlos precisou parar de estudar na quarta série do ensino fundamental. Após um ano sem frequentar as aulas, encontrou uma escola há sete quilômetros, onde poderia continuar os estudos. O caminho era percorrido a pé, sozinho. Aos 13 anos, começou a morar na cidade de Piratini, na casa da avó, durante a semana e retornar para casa somente nas sextas-feiras. Assim cursou a 6ª, 7ª e 8ª série. Nesse período, iniciou também a formação religiosa.
“Em 4 de março de 1985, ingressei no Seminário menor São Francisco de Paula, de Pelotas”, recorda, contando a foi sozinho ao seminário. “Peguei minhas coisas, entrei no ônibus, desci na rodoviária de Pelotas, tomei um circular e cheguei ao seminário. Fui recebido na porta da casa de formação com minhas sacolas. Eu tinha 16 anos”.
Terminada a formação, o então seminarista Carlos Romulo foi ordenado diácono no dia 4 de março de 1994 e ordenado presbítero no dia 8 de dezembro daquele mesmo ano. Sua primeira missão, já em 1995, foi acompanhar a formação no Seminário menor de Pelotas. Paralelo a isso, foi nomeado como vigário paroquial na Paróquia Santa Terezinha, de Pelotas. Em 1996, Pe. Carlos criou, junto com a Diocese, o Seminário Propedêutico, sendo o primeiro formador naquela casa, acolhendo na época três jovens, já com vocação adulta. Desses três, hoje dois são padres na Arquidiocese de Pelotas. O trabalho no seminário e na paróquia foi desenvolvido até o ano de 2002.
Pe. Carlos cursou Teologia Espiritual na Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma; coordenou as Santas Missões Populares, na Diocese de Pelotas; trabalhou como diretor espiritual no seminário e, em 2009 foi nomeado pároco Paróquia de Canguçu. Em 2010, foi nomeado reitor do Seminário e diretor do Instituto de Teologia, além de pároco de uma paróquia em Pelotas. “Foi um ano intenso de atividades. Foi bem desafiador num primeiro momento, mas uma experiência muito rica que durou seis anos”.
Em 19 de fevereiro desse ano, Pe. Carlos assumiu suas funções como vigário geral e articulador da Pastoral, além do continuar com a direção do Instituto de Teologia Paulo VI. Apenas 15 dias depois, recebeu a notícia da nomeação para a Diocese de Montenegro. “Comecei a conversar com Dom Paulo, combinamos algumas coisas, começamos a pensar nas datas. E a partir do dia 22 de março a notícia se tornou pública. Agora estamos aqui, nesta caminhada”, esclarece.
Lema presbiteral e episcopal
O lema sacerdotal de Monsenhor Carlos é “Como barro nas mãos do oleiro, assim sereis vós nas minhas mãos” (Je 18,6). “É minha entrega total nas mãos de Deus”, explica.
O lema episcopal “Servi ao Senhor com alegria” (Sl 99,2) foi baseado no nome “Diocese da Alegria”, pregado por Dom Paulo de Conto, além de uma crônica do Frei Lucas Moreira Neves, hoje Dom Lucas, tirada do livro “Crônicas do Reino de Deus”. A crônica se chama “Eu te batizo, Letícia”, que fala sobre o batismo de uma menina chamada Letícia (Laetitia), que significa alegria.
“Eu vim para a Diocese da Alegria, mas minha missão é servir. Agora tenho que aprender a ser bispo com a Diocese de Montenegro. Estou muito contente”, afirmou, Dom Carlos Romulo.
