A Human Rights Watch (HRW), uma organização internacional de direitos humanos, divulgou um relatório em que documenta através de entrevistas a intoxicação aguda devido ao uso de agrotóxicos em sete localidades rurais do Brasil. O relatório reforça também a posição da HRW, contrário ao projeto de lei que quer mudar a legislação brasileira do uso de agrotóxicos. A organização também fez recomendações a diversos órgãos da administração pública no intuito de tornar mais seguro o plantio aos agricultores e a quem vive próximo das lavouras e, ainda, quem consome os produtos.
No estudo, 73 pessoas foram entrevistadas, moradores da Bahia, Pará, Paraná, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e Goiás. Eles relataram sintomas como irritação nos olhos, tontura e vômito. O relatório denominado “Você não quer mais respirar veneno” traz no texto também o fato de que os pesticidas são pulverizados sem nenhuma delimitação de local ou uma “zona de segurança”.
Por isso, é possível que localidades interioranas ou até escolas sejam afetadas simplesmente por estarem localizadas muito próximas das plantações. A recomendação é que a legislação permita esse tipo de pulverização somente até o limite de pelo menos 500 metros de povoações, cidades, vilas, bairros e mananciais de captação de água para abastecimento.
Ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento é recomendado criar zonas de segurança em torno de locais sensíveis para todas as formas de pulverização terrestre. Também é sugerido suspender a pulverização aérea de agrotóxicos até que sejam feitos estudo sobre os impactos à saúde humana, ambientais e os custos econômicos da pulverização. Já ao Ministério da Saúde é recomendado, entre outras coisas, conduzir um estudo sobre os principais efeitos à saúde e os custos associados à exposição aguda e crônica aos agrotóxicos entre as pessoas que vivem em áreas rurais, incluindo mulheres grávidas, crianças e outras pessoas vulneráveis.