Boa parte dos educandários da rede estadual já tinha quase todos seus alunos nas salas de aula
Por determinação do Governo do Estado, entrou em vigor na segunda-feira, dia 8, a obrigatoriedade do retorno às aulas presenciais nas escolas da rede privada e rede pública no Rio Grande do Sul. A determinação, no entanto, não gerou grandes impactos em escolas da região. Por exemplo, boa parte das escolas da rede estadual de Montenegro já tinha a grande maioria dos seus alunos participando dos encontros presenciais. O mesmo ocorre nas escolas da rede estadual de Maratá, Pareci Novo, Brochier e São José do Sul.
A normativa assegura a permanência no regime híbrido ou remoto aos alunos que, por razões médicas comprovadas mediante a apresentação de atestado, não possam retornar integral ou parcialmente ao regime presencial. Uma realidade que já vinha sendo vivida na Escola Estadual de Ensino Fundamental Doutor Jorge Guilherme Moojen.
De acordo com a diretora Simone Nunes, de 425 alunos matriculados na escola apenas 30, que possuem atestados, não estão participando dos encontros presenciais. A gestora escolar salienta que desde a volta das aulas presenciais, em maio desse ano, alunos com comorbidades estão tendo aulas pelo sistema Google Classroom enquanto que os demais estudantes participam dos encontros de forma escalonada – a exceção é o 9º ano, que foi colocado em uma sala maior para comportar todos os alunos de uma única vez.
Simone lembra que no início o retorno foi tímido, mas logo que os pais perceberam que ele era seguro e os protocolos sanitários davam resultados houve a adesão pela grande maioria das famílias pela participação de seus filhos nos encontros presenciais. Para a diretora, essa foi uma importante decisão. “O retorno presencial é muito necessário, as nossas crianças tiveram defasagem (de ensino) nesse último período (de aulas remotas)”, aponta. “Essa pandemia serviu para ensinar que o ensino à distância não substitui o presencial de maneira alguma, principalmente para crianças e adolescente”, afirma. A gestora escolar destaca ainda que a escola também é espaço para o estudante aprender a socializar.
No Colégio Estadual Ivo Bühler, o CIEP, a principal expectativa é pelo retorno dos alunos do período noturno. De acordo com o diretor Samuel da Silva Borges, cercar de 90% dos estudantes matriculados no período diurno já estão comparecendo às aulas presenciais, enquanto que à noite, quando ocorrem aulas de Ensino Médio e da Educação para Jovens e Adultos (EJA), são cerca de 15% participando presencialmente. Caso esses alunos não retornem conforme o esperado, Samuel já projeta fazer uma busca ativa por aqueles que não se apresentarem.
Responsável pelo colégio onde estão matriculados 547 alunos, sendo 368 em turno integral, o diretor do CIEP lembra a importância das aulas presenciais para além dos conteúdos vistos em aula. “O convívio com os outros colegas, com os amigos, ele é importante”, afirma. Samuel salienta que os protocolos sanitários de prevenção à Covid-19 têm se mostrado eficientes e que os alunos têm se mostrado atento com eles, precisando apenas de um controle maior quanto ao uso de máscara.
Apoio dos pais é importante, destaca professora
Para os professores, ter os alunos em sala de aula é fundamental para o processo de ensino-aprendizagem. “É super importante para o aprendizado, para a socialização”, reforça Aline Pereira, professora da área das Ciências Humanas. A docente comenta que, em função das restrições impostas pela pandemia do novo coronavírus, foi possível observar uma queda no aprendizado dos alunos e também no interesse deles pelas aulas.
Para a professora, a obrigatoriedade da volta dos encontros presenciais também poderá representar um momento de retomada de conteúdos. Isso porque, conforme relata Aline, havia alunos que não tinham acesso à internet para realizarem as atividades e tinham que buscar os exercícios e explicação na escola. Nesses casos, muitas vezes havia demora em buscar o material ou até mesmo a falta de devolução dele para correção.
Aline entende que nesse sentido é importante que os pais se façam presentes para apoiarem e incentivarem os estudantes a seguirem os estudos e se dedicarem na escola. “É uma parceria: família e escola. Uma parceria que tem que sempre dar certo”, comenta.
Os protocolos
– Distanciamento mínimo de 1 metro entre os estudantes. O novo decreto possibilita que as instituições que não puderem assegurar o distanciamento mínimo devido ao tamanho do espaço poderão adotar o sistema de revezamento dos estudantes. Para tanto, devem assegurar a oferta do ensino remoto nos dias e horários em que os alunos não estiverem presencialmente na escola;
– Uso obrigatório de máscara;
– Higienização constante das mãos;
– Ambientes ventilados.