Será que agora vai? Entre promessas não cumpridas e falta de recursos, surge uma esperança para a comunidade
Após aproximadamente seis anos de espera, a cobertura da quadra esportiva da Escola Municipal de Ensino Fundamental José Pedro Steigleder será refeita. Na terça-feira, funcionários da FF Construtora de Mão de Obra Ltda estiveram na instituição para estruturar o andaime. Ontem, porém, a equipe não compareceu para dar continuidade. Segundo a diretora Marília Roehe, eles ligaram, alegando que um material fundamental para a obra ainda não estava pronto, mas garantiram que hoje a construção segue.
A quadra foi destelhada por um vendaval em novembro de 2009, mas antes já havia ficado sem algumas telhas por duas vezes e eram recolocadas. Em outubro de 2015, boa parte do telhado da escola foi trocada. “A sala de informática foi um dos espaços atendidos. Tinha uma piscina lá dentro de tanto que chovia”, afirma a diretora. E esse projeto também agrupava o da troca de telhas do ginásio. Todavia, não sobrou dinheiro e nenhuma outra empreiteira quis assumir a responsabilidade de continuar a obra. Com isso, foi solicitado um aditivo. A obra que começou nesta semana é fruto deste complemento.
Em 2016, a Prefeitura levou uma equipe para retirar as telhas que apresentavam maiores riscos às 850 crianças, mas ainda era possível usufruir do espaço. No entanto, neste mesmo ano, todo o teto foi retirado e a quadra interditada. “Nós não pudemos mais fazer festas da escola ou atividades com várias turmas”, lamenta Marília. “Se fosse uma sala de aula que pudesse ser temporariamente substituída por outra, não haveria tanto problema. Mas a quadra é um espaço exclusivo para a Educação Física e os alunos não estão tendo a disciplina adequadamente”, salienta. Depois de quatros anos na direção, ela afirma que só vai acreditar na melhoria quando estiver tudo pronto. “Depois de tantas promessas não cumpridas, espero que agora dê tudo certo”, conclui.
De acordo o secretário de Gestão e Planejamento, Evandro Machado, a obra estava orçada em R$ 338 mil. O aditivo solicitado para a conclusão da quadra foi de R$ 116 mil. “Quando a empreiteira iniciou a obra na escola, constatou que simplesmente colocar outras telhas no ginásio acarretaria em problemas no futuro. Então, optou-se por modificar a estrutura metálica, por isso que foi necessário um aditivo”, afirma o secretário. Dessa vez, ele garante que a obra será entregue pronta aos alunos e à direção. “Nosso prefeito deu a ordem de que não poderíamos retomar os trabalhos se não houvesse verba suficiente para isso”, frisa.
Estudantes estão ansiosos pela conclusão
Lá por maio do ano passado, os estudantes se reuniram para elaborar um abaixo-assinado pelo real prosseguimento da obra. Parece que esse documento chegou à Prefeitura, mas não conseguiram agendar uma reunião com o prefeito Aldana. Alguns alunos que estão desde o pré na José Pedro e agora encerram o Ensino Fundamental ainda não viram a construção concluída. “Não tivemos espaço para treinar para os Jogos Estudantis. Poderíamos ter ficado numa colocação melhor se a quadra já estivesse pronta”, afirma Cassiane de Vargas Kalkmann, de 14 anos, do 9º ano.
Essa também é a opinião da estudante Letiele Tainá da Rocha, de 14 anos. “A gente tem feito Educação Física no estacionamento e no meio das árvores, mas complica, porque não é o lugar adequado”, relata. As interséries, atividades tradicionais da instituição, também não foram realizadas devido à falta de espaço. “Diminui bastante nossa autoestima. As pessoas que passam pela rua Campos Neto não podem enxergar a pracinha bonita que temos, apenas aquele esqueleto do ginásio”, finaliza a diretora da instituição.
Prédio será fechado
Em março, a Câmara de Vereadores aprovou projeto de lei que permitiu à Prefeitura aplicar R$ 250 mil no fechamento da quadra. O Município foi contemplado com uma emenda parlamentar federal e o recurso foi incluído no Orçamento Geral da União de 2016, classificado como apoio ao programa de infraestrutura para a Educação Básica. A destinação desta verba corre a cargo da Secretaria Municipal de Gestão e Planejamento, e não pode ser usada para outro fim que não a de erguer as paredes no entorno.