Contrato foi assinado nesta semana e a análise do solo já está sendo realizada no local para dar início à pavimentação
Foco de queixas e pedidos da comunidade há anos, mais um trecho da rodovia Transcitrus, que passa por Campo do Meio e Santos Reis, deve, enfim, ser pavimentado. Esta semana, o prefeito Carlos Eduardo Müller assinou o contrato de repasse de verba, que é oriunda do governo federal, através do gabinete do ministro do Desenvolvimento Social e Agrário, Osmar Terra. O repasse será de R$ 1.462.500,00, com contrapartida de R$ 37.500,00 do município.
Desde a assinatura, uma empresa contratada está trabalhando no levantamento topográfico planialtimétrico de todo o trecho – que começa na localidade de Campo do Meio e vai até a divisa com o município de Maratá. Este processo consiste na análise e medida do solo, constituindo, com precisão, um Modelo Digital do Terreno (MDT). Com estes dados, a Prefeitura organizará o projeto de pavimentação para, posteriormente, realizar o serviço.
A empresa contratada para o levantamento é a Sul Engenharia, de General Câmara. Durante algumas etapas do trabalho, os engenheiros responsáveis tiveram acompanhamento da Administração Municipal, pela Secretaria de Gestão e Planejamento (SMGEP). De acordo com a assessoria de Comunicação da Prefeitura, o trecho pavimentado vai estimular a estruturação do setor turístico local e o escoamento da produção.
A rodovia Transcitrus é uma rota idealizada justamente com este intuito. Ela nasceu em uma parceria de diversos municípios da região, com apoio da União, que buscam, principalmente, fomentar o turismo relacionado aos citros e facilitar o transporte da fruta – principal atividade econômica da localidade. Em Montenegro, dois trechos da estrada, que liga Montenegro a Maratá, já foram concluídos nas gestões Percival de Oliveira e Luiz Américo Aldana.
Moradores cautelosos diante da promessa
Por anos, o trecho da localidade de Campo do Meio tem trazido dor de cabeça para os moradores e para todos os que ali transitam. Suportando o tráfego de cargas pesadas, a pavimentação de má qualidade vive esburacada, pedindo atenção dos motoristas. “O pessoal se queixa muito de problema nos amortecedores, de aro que entorta, de pneu estragado”, conta o comerciante local Jossar Inácio Argenton.
O pó é outro problema. Dono de um mercadinho, ele constantemente precisa estar limpando os balcões e prateleiras da loja. Não pode nem deixar o carro em frente ao estabelecimento, pois, no fim do dia, estão cobertos de poeira. Diante da iminente solução para a questão, o empresário é cauteloso. “Se realmente sair, vai ser bom. Mas as promessas são tantas”, coloca.
Para a dona de casa Morgiane Mundel, a pavimentação fará toda a diferença. Sua filha, de 12 anos de idade, é cadeirante e, para ambas saírem pela vizinhança, os buracos e a falta de pavimentação são grandes desafios. “É complicado com a cadeira. Até por isso eu nem saio muito”, revela a mãe.
Preocupação com velocidade
Mesmo hoje, com a grande quantidade de buracos, muitos motoristas trafegam em alta velocidade, levantando muita poeira e colocando em risco os eventuais pedestres. Apesar do clamor pela solução do problema da estrada, há entre a comunidade a preocupação de que, com a pavimentação, este tipo de situação ocorra mais frequentemente. Com casas, comércios e movimento de crianças, a questão está sendo ponderada. “Acho que teríamos que pedir um quebra-mola, porque alguns passam a mil aqui”, avalia o morador Jossar Inácio Argenton. Não há, ainda, previsão para o início da pavimentação.