Oase Montenegro completa 110 anos servindo à comunidade

Instituição foi fundada em 1911 por grupo de senhoras luteranas

“Viver para servir, eis a nossa missão”, o lema resume o trabalho desenvolvido por dezenas de mulheres, que ao longo de 110 anos se dedicaram a causas e ações em favor da comunidade montenegrina. Foi no dia 23 de novembro de 1911 que um grupo de senhoras evangélicas luteranas se reuniu e decidiu fundar a Ordem Auxiliadora das Senhoras Evangélicas (Oase) de Montenegro.

Conforme consta na primeira ata da Ordem, de 23 de novembro de 1911, a reunião pioneira da diretoria foi realizada na casa de dona Gulhermina Janh, que foi uma das senhoras mais atuantes na fundação da Órdem. A atual presidente da Oase, Eliane Daudth, conta que após um ano de atividade, o grupo já contava com cerca de 100 mulheres, que em suas reuniões tratavam de assuntos bíblico e também discutiam como poderiam prestar auxílio para a comunidade local. Foi nesse espírito que o grupo iniciou um movimento, ainda na década de 1920, para construção de uma casa de saúde, o que em 1931 foi concretizado com a inauguração do Hospital Montenegro.

Reunião da Oase realizada na década de 1940. FOTO: arquivo/Oase

Atualmente o grupo da Oase Montenegro conta com cerca de 80 senhoras, que voluntariamente se dedicam à servir a comunidade de todo o Vale do Caí, através de ações sociais e do trabalho desempenhado no Hospital Montenegro.

Amor por servir passado de mãe para filha
Eliane Daudth, atual presidente da Oase, tem uma ligação antiga com a organização. O amor e a dedicação vieram de casa, exemplo da mãe, Morena Leser, que também presidiu a Ordem entre 1962 e 1979. Frequentando desde pequena as reuniões com a mãe, Eliane viu a sua trajetória dentro da instituição evoluir de forma natural. “Essa ideia de nós termos uma Oase que vive para servir penetrou muito profundamente em mim, juntamente com o que eu aprendi em casa com meus pais”, afirma.

Atual presidente da Oase, Eliane Daudth é filha de Morena Leser, ex-presidente da Ordem

Assim que casou, em 1970, Eliane se mudou de Montenegro e ficou fora do Município por 16 anos. Quando retornou, em 1986, logo ingressou na Oase, onde permanece até hoje. “Eu era tesoureira, passei a vice-presidente e depois presidente, estou aqui há 12 anos na presidência da Oase. Pra mim é uma alegria muito grande ajudar as pessoas, porque eu fui ensinada assim em casa, que nós devemos olhar para o nosso próximo”, diz Eliane.

Atualmente dedicada à Ordem e ao Hospital Montenegro, Eliane destaca que as ações da entidade são realizadas em prol de toda a comunidade, mas com um olhar especial para o HM. “A Oase sempre está incluída em alguma campanha, normalmente para o Hospital, porque o HM precisa se manter de todas as formas. Então essas coisas a gente faz para honrar o nosso lema, que é viver para servir”, declara.

Dona Nadir, a mais antiga integrante da Oase em atuação
Atualmente a integrante mais antiga na Oase, dona Nadir Dias, 91, diz ainda ter muita energia para seguir atuando na instituição, e não tem planos para parar. Evangélica luterana, ela conta que desde pequena já frequentava as reuniões da Ordem, mesmo não tendo idade para participar efetivamente como integrante. “Eu desde jovem já participava de todas as atividades da igreja, mas ainda não tinha idade para fazer parte da Oase. Depois, com o passar do tempo, foi que eu fui convidada para entrar, e logo em seguida eles me convidaram também para ser presidente, e continuo até hoje, trabalhando em prol dela e em favor da comunidade”, afirma dona Nadir.

Ex-presidente, aos 91 anos, dona Nadir segue atuando na Ordem

Foi na sua gestão à frente da Oase que o Hospital Montenegro iniciou as obras de verticalização de sua estrutura, isso já prevendo um aumento da população atendida na unidade. Dona Nadir destaca ainda que foi enquanto presidia a Oase que a Ordem adotou o atual lema. Muito modesta e sem gostar de exaltar as sua importância à frente da instituição, dona Nadir diz que o amor pela Oase e pelo Hospital é o que a faz ainda seguir com vontade de trabalhar pela comunidade.

“Eu gosto de trabalhar, gosto de ajudar o próximo e gosto de me movimentar. As coisas acontecem e a gente vai até esquecendo o que fez, vai programando novos desafios. É a evolução, isso que nós queremos. O que passou eu já fiz, que bom que eu fiz, mas agora eu ainda quero fazer mais, se ainda me for permitido”, declara dona Nadir.

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