Paixão pelas imagens. Fotógrafo mineiro Eugênio Sávio, 51, participou de sua sexta Copa do Mundo na Rússia
Você já percebeu que centenas de pessoas ficam a aproximadamente dois metros do campo durante os jogos da Copa do Mundo? E não são os torcedores. Quem tem o privilégio de ficar pertinho dos protagonistas do espetáculo são os profissionais credenciados pela Fifa para registrar os momentos das partidas, mais conhecidos como fotógrafos, ou cinegrafistas. São eles os responsáveis por produzir as imagens que ficam, para sempre, na memória dos apaixonados por futebol.
O esporte mais popular do planeta não seria o mesmo sem as grandes imagens proporcionadas pelas lentes das câmeras. Um dos responsáveis por isso é o mineiro Eugênio Sávio, 51 anos, professor da PUC Minas, produtor cultural e fotógrafo. Formado em Jornalismo há 30 anos, ele também organiza o Festival de Fotografia de Tiradentes-MG, considerado um dos melhores do País.
Recentemente, Eugênio esteve na Rússia, participando de sua sexta Copa do Mundo como fotógrafo. “Tenho férias no meio do ano, aí adianto algumas aulas e consigo acompanhar as Copas. Fotografei nos mundiais de 1994, 1998, 2006, 2010, 2014 e 2018. Nunca estive ligado formalmente a veículos de imprensa, então me virava para cobrir os eventos”, frisa.
Infelizmente, o mineiro não pode ficar na Rússia até a final da Copa, devido ao falecimento do seu pai. Voltou às pressas para o Brasil. Sua paixão pela fotografia na juventude, inclusive, teve total influência do pai. “Sempre gostei de fotografia, desde a adolescência. Meu pai gostava de fotografar, tinha câmera, livros de fotografia em casa. Entrei para a faculdade de Jornalismo aos 17 anos com a ambição de virar fotógrafo. E trabalhar com o esporte foi algo natural, pois dentro da área existem oportunidades”, explica.
Antes de retornar ao Brasil, porém, Eugênio registrou um dos momentos mais emblemáticos da Seleção Brasileira no Mundial. O momento em que Paulinho antecipou o goleiro sérvio no primeiro gol verde e amarelo, na vitória por 2 a 0 do Brasil sobre a Sérvia, foi eternizado pelas lentes da câmera de Eugênio Sávio. A imagem foi adquirida até pela BBC.
Além das Copas, o fotógrafo de 51 anos já cobriu os Jogos Olímpicos de Pequim (2008) e também as Olimpíadas no Rio de Janeiro (2016). A paixão pelas imagens não é o único motivo que o torna um bom fotógrafo. “Precisa de atenção, concentração, reagir com rapidez. O equipamento também precisa ser apropriado, teleobjetivas de custo elevado, câmeras mais rápidas”, salienta.
Mesmo com seis Copas e duas Olimpíadas no currículo, Eugênio nunca visitou o estádio Beira-Rio e a Arena do Grêmio, apesar de já ter vindo várias vezes para o Rio Grande do Sul. “Adoro Porto Alegre, já estive na capital gaúcha muitas vezes participando do FestFotoPOA, tenho vários amigos. Estive também no Festival em Canela, uma cidade adorável. Gostaria de conhecer as praias do Sul”, diz.
Na Copa do Mundo de 1994, quando fotografou pela primeira vez em um mundial, o jornalista mineiro teve a oportunidade de registrar os lances da grande final, entre Brasil e Itália. A seleção canarinho conquistou o título nos pênaltis e chegou ao tetracampeonato. Na comemoração, Eugênio registrou o momento em que o baixinho Romário segurava a bandeira brasileira e posava para dezenas de cinegrafistas.
Para o experiente fotógrafo, participar da Copa é uma realização pessoal e profissional. “É importante por tudo o que envolve, oportunidade de viajar, de conhecer pessoas, vivenciar um ambiente profissional de ponta, com grandes jornalistas e fotógrafos. Como auto na formação de jovens jornalistas, é uma oportunidade de aprender para depois compartilhar”, completa.