O novo e o velho em comunhão na festa de Santos Reis

Uma ação que iniciou há 40 anos já virou tradição na comunidade de Santos Reis, no interior de Montenegro: todo o terceiro domingo de agosto a Sociedade Cultural, Beneficente e Esportiva Santos Reis promove uma festa com almoço e baile. Neste ano não foi diferente e centenas de pessoas se fizeram presente no evento desde domingo, dia 18, que começou com culto e missa, teve o tradicional almoço com churrasco e seguiu à tarde com baile animado pela Banda Alegria e pela banda Brilha Som.

Integrante da diretoria, Carlos Einar de Mello, o Naná, destacou que a festa atrai gente de toda a região e salientou a importância da festa para a sociedade local. “Tudo o que se vê aqui (ginásio) hoje foi conseguido com recursos próprios”, afirmou. O ex-vereador apontou ainda a renovação da diretoria como um fator importante para o seguimento da Sociedade Cultural, Beneficente e Esportiva Santos Reis. “Eles vêm com um gás novo para dar seguimento ao que foi plantado”, ressaltou.

Felipe auxiliava na churrasqueira da sociedade

O presidente da entidade, Rafael Griebeler, disse que a atual diretoria é composta por membros antigos e outros mais novos. “Juntamos a experiência dos mais velhos com a juventude. Está dando certo”, comemorou. Exemplo dessa parceria é Augusto Felipe Koch. Com apenas 16 anos, ele era um dos responsáveis por garantir que o churrasco ficaria no ponto. “É algo que tem que ser feito. Alguém tem que fazer, mas é sempre animado”, garantiu o jovem que pelo segundo ano auxiliava na churrasqueira. O tio dele era outro voluntário e o seu pai só não participou porque precisava cuidar do avô de Felipe, que, por sua vez, também costumava auxiliar a entidade. “A sociedade é um lugar de esporte e lazer. Ela é super importante”, definiu o jovem assador.

Desta vez, Dionéia e sua família apoiaram o evento comprando o almoço para levar

Ciente da importância da sociedade, a comunidade abraça a festa. Até mesmo quem não poderia ficar para almoçar participou comprando fichas para levar o almoço pra casa. Foi o caso da agricultora Dionéia de Souza, 42 anos, e da sua família. “Temos afazeres hoje de tarde com a colheita da bergamota, mas apoiamos comprando (o almoço)”, explicou, já com os vasilhames com comidas prontos para serem levados. Ela destacou que sua família costuma participar da festa, mas ficou inviabilizada desta vez em razão dos compromissos com a colheita.

Erne salientou a importância das sociedades para as comunidades do interior

Já o agricultor Erne Hallenbrant, 60 anos, não perdeu a festa. Acompanhado de sua família, ele compareceu ao ginásio e tirou um tempo para relembrar dos velhos tempos ao olhar fotos antigas da sociedade que estavam expostas num armário. Vendo a imagem do velho salão de baile, ele disse ter saudade daquela época e ressaltou a importância do tradicional almoço. “Sempre encontramos gente (da antiga)”, destacou. Erne salientou ainda que a sociedade serve como ponto de encontro também durante a semana, como nas noites de terça-feira, quando ele se encontra com amigos para jogar bola.

Juntos, pastor e padre deram bênção àqueles que trabalhavam

O pastor Décio Milke, que acompanhou o padre Diego Knecht numa bênção pela cozinha e salão com uma bandinha, disse que o evento deve servir de exemplo. “Nós celebramos de forma diferente, mas isso não diz que não podemos celebrar nas diferenças”, pontuou. Ele reforçou ainda o objetivo das igrejas – luterana e católica – de testemunhar a comunhão entre as pessoas. “As duas igrejas fizeram ao mesmo tempo a celebração e depois caminhamos em conjunto (até o ginásio)”, destacou. Décio observou ainda que as igrejas situadas uma ao lado da outra é uma mostra da união da comunidade.

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