O doce e colorido sabor de todos os Natais

O período de Natal é fortemente marcado por imagens, sabores e cores. O Pinheirinho, o Papai Noel, o Presépio, as centenas de luzes que piscam pelas ruas e nos lares. Logicamente também tem os sabores e aromas natalinos, dentro os quais a Bolacha de Natal tem um espaço afetivo na memória da maioria. Maria Lurdes Augustin está entre as vovós que mantém vivo este ritual com cheirinho de Sal Amoníaco e toque de merengue.

Visitar sua casa remete muito a este passado, que ainda é presente, especialmente temperada pelo ar campestre da comunidade rural Benfica, em Triunfo. A verdade é que, aos 62 anos e aposentada, Lurdes transformou a casa em um pequeno atelier de artesanato e panificadora de bolachas, panetones, bolos e massa caseira. Ainda que seja integrante ativa do Grupo Organizado do Lar (GOL) Águias da Rua Nova, é autodidata na confecção de peças decorativas delicadas.

Já sua relação com as bolachinhas é um pouco diferente. “É de família! Trabalhei 10 anos na casa do doutor Sérgio Seibel”, revela. A receita original é da mãe de dona Maria Inês Seibel, esposa do aclamado médico, que vem sendo passada de geração em geração. Por tanto, na conta de Lurdes, mais de 100 anos de carinho, que agora estão perpetuados em seu caderno com centenas de receitas anotadas a próprio punho.

Ainda que as encomendas tomem muito de seu tempo, o amor maior que a coloca em frente dão forno é a netinha Anna, de 4 anos. “Ela é nosso orgulho”, afirma a vovó, com a concordância do vovô Carlos Martins Augustin. A tradição se mantém, como foi com os filhos do casal, Luana e Luciano (pai de Anna).

Vovô Carlos ajuda, especialmente no forno quente

Anna adora as bolachinhas pintadas
Lurdes comenta que a netinha come apenas as bolachas que ela faz, amanteigadas ou de Natal. “Quando faço, mando para ela; e ela manda uma foto comendo”, sorri. A avó acha que é por conta do sabor ‘daquelas do mercado’; mas, certamente, tem tudo haver com o afeto que a menina reencontra em cada pacotinho feito pelas mãos da vovó.

Lurdes conta então um fato curioso. Fazer as bolachinhas, especialmente com a neta do lado, lhe remete à infância, onde sua mãe Marcolina Erecema Steffens tinha o mesmo ritual. Contudo, Lurdes nunca herdou aquela receita, que a mãe fazia de cabeça, cada ingrediente e sua quantidade exata. Na verdade, não é a receita ou os ingredientes! É o ritual de compartilhar e ter novamente a família em casa.

Anna ajuda na preservação desta memória
Cada sovada na massa é uma recordação de casa

 

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