O Rio Grande do Sul pode começar a produzir combustível a partir de Triticale, um cereal híbrido obtido com o cruzamento do trigo e do centeio. A previsão otimista é que em 2020 inicie produção. A novidade é um investimento da Usina Social Inteligente (USI Biorrefinarias), que na última semana firmou intenção com o Governo do Estado. Ele pretende instalar uma biorrefinaria no município de Campo Novo, na região do Celeiro.
O projeto é estudado e acompanhado pela Sala do Investidor, da Secretaria do Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia (Sdect). A usina poderá produzir 100 m³/dia de etanol hidratado carburante a partir de grãos do cereal híbrido. O projeto prevê parceria com cooperativas do município em áreas rurais onde não há cultivo de inverno. Além disso, conforme o protocolo assinado, a USI Biorrefinaria produzirá também 46,5 toneladas/dia de ração animal.
Efeito no bolso do setor produtivo
Hoje, o Estado importa todo Etanol consumido pelos gaúchos para a produção e o desenvolvimento econômico. A instalação da usina deve mudar essa realidade, com uma tecnologia que possibilita a produção a partir desta planta típica do Celeiro.
“Esse é um projeto piloto, que se inicia por Campo Novo, utilizando num primeiro momento uma área de 20 mil hectares de triticale”, projetou o agrônomo e presidente da Biorrefinaria, Francisco Mallmann.
Ele acredita que este vai ser um projeto modular, que utilizara algo em torno de até 400 mil hectares no futuro, fazendo com que o Rio Grande do Sul se torne autossuficiente na produção de etanol. A Secretaria de Estado aposta que o trabalho complementa três questões essenciais para o estado:
1) a necessidade de modernizar os setores tradicionais da economia;
2) a autossuficiência energética;
3) investimento em inovação e oportunidade para o cultivo, que gera emprego e renda.
Próximos passos
O plano de negócios já foi concluído e agora aguarda a licença ambiental de instalação, estimada para 2019, e de operação, em 2020. O investimento deve ser de R$ 70 milhões. A USI Biorrefinaria também já fechou parceria com uma empresa multinacional norte-americana que ficará responsável pela distribuição do combustível.