O animal vencedor fez parte do treinamento em uma cabanha entre Capela de Santana e São Sebastião do Caí
Grande atração da Expointer no último domingo, o Freio de Ouro colocou em evidência o trabalho competente realizado por gente da região com animais da raça Crioula.
Nos machos, o título foi para PN Cambiasso, da Cabanha Positivo, de Portão, montado pelo ginete Adriano Comunelo, com nota média de 20,812. O expositor Jonas Leopoldino de Souza conquistou o primeiro título da cabanha, que tem 15 anos de trabalho. Veterinário, ele afirmou que é um orgulho receber o prêmio máximo de uma disputa importante para a raça. Em 2016, PN Cambiasso ficou em quarto lugar e, este ano, o cavalo que completa 10 anos tornou-se campeão. “A gente costuma dizer que PN Cambiasso é domingueiro: quando chega no domingo ele faz diferente”, disse.
Dentre as curiosidades, o animal campeão passou a última etapa de treinamentos em uma cabanha situada entre Capela de Santana e São Sebastião do Caí, no Passo da Taquara. “Para essa edição do freio foram 10 meses de preparo. O Centro de Treinamento é uma parceria do Adriano com o proprietário João Carlos Medeiros”, explicou Jonas.
Com 32 anos de idade, Comunelo disse que realizou um dos maiores sonhos de sua vida, construído em 20 anos de trabalho. “Isso tem que ficar de lição, pois temos que acreditar que o impossível pode se tornar realidade”, destacou.
O PN Cambiasso foi o mais pontuado das provas funcionais e levou o título de Craque Funcional. Os títulos permitem que possa cobrir 150 éguas e não só 120, como de praxe. O animal será exportado só depois da participação do Freio Internacional, que será no Brasil, ano que vem, em maio. “Vendemos 90% dele para a Argentina. Além de cobrir nossas éguas, ainda nos permite comercializar algumas no Brasil”, acrescenta Jonas.
De acordo com o presidente da Associação Brasileira de Criadores de Cavalo Crioulo (ABCCC), Eduardo Suñe, inovações como as comissões de ginetes e de bem-estar animal são importantes para a raça, os criadores e os produtores. Ele explica que as novidades vieram solidificar o trabalho e a seleção de uma raça, como os prêmios de Alpaca e Craque Funcional. “Esta edição ficou acima da expectativa da direção, tanto em público quanto em inovações. Tínhamos certeza de que este Freio de Ouro seria competitivo, com quatro ginetes novos na final”, complementou.
Mais de 20 mil pessoas estiveram na Expointer para assistir às finais do Freio.