Montenegro. Dados da Segurança do RS comparam os anos de 2016 e 2017
O panorama da violência em Montenegro apresenta cenários opostos na comparação do ano passado com 2016. Enquanto o número de homicídios dolosos aumentou em 50%, 12 contra 6, contabilizados também os casos de feminicídios, o de roubos (159 contra 194) e furtos (710 e 865) caiu em 18% cada um. Já em relação aos casos de latrocínio, houve estagnação, pois foi registrada uma ocorrência em cada ano. Os índices integram o balanço anual dos dados estatísticos da criminalidade apresentados pela Secretaria da Segurança Pública (SSP) nesta semana.
No Estado, os crimes contra a vida diminuíram ao longo de 2017. Os dados apontam redução de 26,2% nos índices de latrocínio e de 1,5% em homicídios. No Vale do Caí, no entanto, os assassinatos tiveram um aumento de 66%. Em 2016, o número de homicídios dolosos na região foi 12. Já, ano passado, houve 20 delitos desse tipo.
Ao todo, 17 indicadores compõem a divulgação oficial da SSP. Destes, de acordo com o governo estadual, 14 registraram queda no ano de 2017. Houve redução, também, nos índices de roubo a usuários de transporte coletivo (-34,6%), furto a banco (-28,4%), roubo a profissionais de transporte coletivo (-28%), abigeato (-25,5%), roubo a comércio (-19,7%), roubo a banco (-18,4%), furto de veículos (-13,6%), furtos (-10,5%), furto de comércio (-6,2%), ameaça contra mulheres (-4,2%), estelionato (-2,1%) e roubos (-1,6%). Ainda registram alta os crimes de roubo de veículos (1,4%), estupro de mulheres (5,5%) e lesão corporal contra mulheres (1,3%).
“A principal causa de homicídios hoje em dia, inclusive em Montenegro, é sempre relacionada ao tráfico de drogas”, comenta o delegado 1ª Delegacia de Polícia, Paulo Ricardo Costa. Muitas das ocorrências têm a ver com a cobrança de dívidas de usuários ou com a disputa por pontos de tráfico. Outros casos são passionais e possuem relação com o ciúme. Costa ressalta ainda que, dos homicídios investigados pela 1ª DP em 2017, cerca de 80% tiveram solução no ano passado.
Brigada Militar ataca grupos criminais por meio do Avante
O comandante do 5º Batalhão de Polícia Militar (BPM), major Iber Augusto Lesina Giordano, ressalta o fato de os policiais da corporação constantemente trocarem informações para atenuar os casos de violência na região.
A ideia é analisar os resultados das ações e traçar a melhor estratégia para combater a criminalidade. “Tem vários fatores que interferem nesses resultados finais. Precisamos estudar um a um desses índices para repetirmos o que foi bom e corrigirmos aquilo que não funcionou tão bem. Isso é um trabalho feito, semanalmente, que a gente faz e por isso esses números estão tão qualificados”, avalia.
O 5º BPM integra o programa Avante, desenvolvido em todo o Rio Grande do Sul. Por meio da iniciativa, são combatidos quatro grupos definidos pelo Estado e três pela Brigada da região. “Nós, em Montenegro e Triunfo, tínhamos um problema grande com a questão do abigeato. O abigeato substituiu o que nós tínhamos no ano interior que era a questão do estupro. O estupro foi trabalhado, chegou a um número razoável, muito baixo de casos registrados e se passou a trabalhar com maior incidência e atenção o furto abigeato”, exemplifica o major.
No ano passado, foram registrados 33 casos de abigeato. A SSP-RS não divulgou o número de ocorrências em 2016. Quanto ao combate ao estupro, uma das estratégias adotadas foi a de os policiais passarem a acompanhar as saídas das escolas.
O objetivo foi impedir ataques a alunas no deslocamento até suas residências. As áreas de atuação do programa Avante no Vale do Caí são: homicídio doloso e latrocínio, roubo a pedestre, roubo a transporte público, roubo de veículo, roubo a estabelecimento comercial, financeiro e de ensino, estupro e furto arrombamento e abigeato.