7º edição. Mais de 800 carros e centenas de visitantes estiveram presentes no Parque Centenário num evento que reuniu ainda miniaturas, bicicletas e mercado de pulgas
A previsão de chuva até assustou os organizadores do 7º Encontro de Carros Antigos de São Sebastião do Caí, mas o tempo firme que se manteve pela maior parte do evento garantiu mais uma edição de sucesso. Assim, foram 830 carros expostos e centenas de visitantes circulando no Parque Centenário ao longo desta terça-feira, dia 1º. Além de figurinhas carimbadas em encontros do tipo, também estiveram presentes expositores que levaram suas relíquias pela primeira vez para a apreciação.
É o caso de Keni da Rosa, 35 anos, morador de Despique, em Pareci Novo. Ao lado de amigos, ele levou seu caminhão Mercedes-Benz 1513 de 1978 para o encontro pela primeira vez. Impecável, o veículo chamou a atenção do público. “Faço reforma de caminhões para clientes e parei para fazer um pra mim”, comentou. Keni contou que o caminhão está em suas mãos há quatro anos e que durante o período de reforma ele deu capricho total no início, meio e fim. “O legal é a questão de fazer ele do velho virar um antigo bem feito. Há vários quesitos a se cuidar”, afirmou.
Quem também entrou recentemente na onda do antigomobilismo foi o montenegrino Alexandre de Oliveira, 38 anos. Há um ano ele adquiriu um Chevrolet C10 de 1973. “Ele é mais velho que eu, mas vai durar mais”, brincou. Segundo ele, possuir um antigo é uma forma de fugir do mundo cada vez mais eletrônico. “É uma volta à raiz, quando tudo era manual e precisava de um esforço extra”, comentou.
Bem cuidada, a caminhonete também é utilizada por Alexandre no dia a dia. Porém, quem não se arrisca a dirigi-la é Sandra Wrasse, 37 anos. Esposa de Alexandre, ela disse que já tentou, mas não conseguiu conduzir o veículo de 45 anos. Apesar disso, sua paixão pelas relíquias sobre quatro rodas não diminuiu. “Eu gosto de carros antigos e quando dá para acompanhar nos passeios sempre vou”, garantiu.
Presidente do Clube do Carro Antigo de São Sebastião do Caí, Júlio Cesar de Mello revelou que a previsão de chuva fez com que a organização ficasse indecisa sobre a realização ou não do evento. “Mas arriscamos fazer e deu certo. O número de carros expostos só não foi maior por causa do mau tempo que deixou as pessoas inseguras. Em algumas cidades, por exemplo, choveu pela manhã”, analisou.
Miniaturas também chamaram a atenção
Junto com o 7º Encontro de Carros Antigos de São Sebastião do Caí ocorreu a 1ª Expo Caí Diecast, uma exposição de miniaturas que também atraiu os olhares do público. Organizador do evento, Marco Von Groll, 58 anos, explicou que diecast são miniaturas de metal. Colecionáveis, elas também aparecem em maquetes realísticas, como as de oficinas ou cidades inteiras. Participaram do encontro cerca de 20 expositores.
“A princípio alguns veem como algo de criança, mas isso vira coisa de gente grande pelo valor agregado”, comentou. Marco ressaltou ainda que estava bastante feliz com o movimento no ginásio onde a exposição das miniaturas ocorria. Porém, a Expo Caí Diecast e os carros antigos não foram o único atrativo no dia de ontem no Parque Centenário. Mercado de pulgas e bicicletas antigas também chamaram a atenção do público.
Uma relíquia de quase 90 anos
Entre os veículos expostos no Parque Centenário de São Sebastião do Caí estava um Chevrolet fabricado em 1929. Proprietário do veículo de quase 90 anos, Sérgio Mueller, 64 anos, disse que ele é seu xodó. Ele contou que viu uma caminhonete semelhante num filme e decidiu que um dia teria uma daquele estilo. “Foi em 1960 e poucos. Disse para minha mãe que teria uma dessa e realizei o sonho”, afirmou.
O veículo chegou em suas mãos após uma longa viagem. Primeiro ele estava em São Paulo e foi leiloado pela Receita Federal, sendo adquirido por um aficionado por antigos de Curitiba, no Paraná. Após negociar com o novo proprietário, Sérgio adquiriu o veículo. Conforme seu filho, Meikel Mueller, 35 anos, o Chevrolet 1929 foi restaurado e teve sua mecânica atualizada. Hoje o veículo conta com um motor V6 e câmbio automático. “Mas a carcaça e os detalhes são todos originais e foram restaurados. Ele anda melhor que muito carro novo”, garantia.