Mais de 100 pessoas compareceram à Câmara, nesta quinta, para a sessão comemorativa dos 146 anos de Montenegro e para a entrega dos títulos de Cidadão Montenegrino. Trata-se do maior reconhecimento do Poder Legislativo a pessoas que tiveram atuações destacadas na cidade e que não são naturais de Montenegro. Os contemplados foram o 3º sargento Paulo Sérgio Bettega Pimentel; o tenente-coronel da reserva da Brigada Militar, José de Jesus Cirne da Silva; e o veterinário aposentado Jorge Alberto de Almeida. A iniciativa partiu dos vereadores Talis Ferreira (PR), Josi Paz (PSB) e Rose Almeida (PSB) respectivamente.
Durante a cerimônia, que contou com apresentações dos corais Vozes e Santos Reis, o prefeito Kadu Müller, além de discursar, cantou a música “Canto Alegretense”, junto com o peão farroupilha da 15ª Região Tradicionalista, Paulo Augusto Petry. Os autores das homenagens usaram a tribuna para enaltecer os feitos de Bettega, Cirne e Jorge, que depois ocuparam o mesmo espaço para agradecer.
Natural de Uruguaiana, Bettega declarou que Montenegro é um município maravilhoso e promissor. “Aqui estudaram e cresceram os meus filhos e é onde passamos nossas horas de lazer, seja no Parque Centenário ou no Porto das Laranjeiras. Aqui nasceu a minha neta e, junto com ela, eu me torno agora, efetivamente, Cidadão Montenegrino de fato e de direito, mas sempre me senti assim, mesmo antes do prêmio”.
Nascido em Viamão, José de Jesus Cirne da Silva fez diversos agradecimentos, citando nominalmente a maioria das pessoas presente. “Sou muito grato a esta terra e a este povo. Saibam que o Título de Cidadão Montenegrino, que me é conferido, constará com orgulho no currículo da minha vida e levarei eternamente no meu coração. Recebo esta indicação com enorme alegria, gratidão e humildade e compartilho-a com meus colegas da Brigada Militar, onde estive como policial e ainda permaneço como professor”, afirmou.
Em Montenegro desde 1987, Cirne lembrou que, quando esteve no comando do 5º BPM, buscou a valorização do efetivo, com o apoio do grupo e integração com as diversas instituições, órgãos do sistema de justiça, segurança e cidadania. Atualmente, ele faz parte da Associação Brasileira de Estudo do Álcool e Outras Drogas e encerrou seu pronunciamento com um trecho do poema “Saber Viver”, de Cora Coralina: “Não sei se a vida é curta ou longa demais para nós, mas sei que nada do que vivemos tem sentido se não tocarmos o coração das pessoas”.
Jorge Alberto Almeida lembrou que chegou a Montenegro em 17 de junho de 1960. “Hoje, estou recebendo o meu segundo registro de nascimento”, definiu. Atuando no setor primário como médico-veterinário e zootecnista, Almeida viu o nascimento do Posto Zootécnico, do qual tem muitas saudades. “Não da época em que fui diretor, mas daquela em que fui operário. Trabalhava na fábrica de ração, moendo milho, fazendo ração para os animais da Estação Experimental e alimentando um grupo de novilhos”, recordou.
O homenageado disse que, na Estação, recebeu ensinamentos do mais simples funcionário ao mais graduado. Fez uma referência a Valdemar Miranda de Oliveira, que foi diretor durante 32 anos, entre outras pessoas. “Era a melhor Estação da Secretaria de Agricultura, visitada por comissões de diversos países, porque era um paradigma nesta categoria de estabelecimento. Foi pioneira na criação de gado leiteiro e na confecção de silagem e de feno, que garantiam a alimentação dos animais na época de carência, o inverno”, acrescentou. “Quando saí do meu Alegrete, guri curioso, em busca de melhores qualificações profissionais, não imaginava chegar, um dia, a uma terra tão bendita e hospitaleira como Montenegro”, concluiu.