Novo espaço de lazer na beira do rio recebe o nome de Eduardo Isse

Largo Eduardo César Isse. Este é o nome do espaço de lazer e convívio construído junto ao Cais do Porto das Laranjeiras. A homenagem ao montenegrino que, praticamente, criou a família à beira do Rio Caí, foi proposta pelo Executivo e aprovada pelos vereadores, por unanimidade, na sessão ordinária dessa quinta-feira, dia 10 de dezembro. Os Isse, que acompanharam a votação de casa, são só alegria e orgulho pela lembrança ao pai, que faleceu em 2007.

“Uma das mais significativas demonstrações de carinho que nossa família recebeu quando da partida do pai foi um poema escrito pelo saudoso pensador e amigo Ernani Mottin, que resume todo o nosso sentimento diante de tão gratificante homenagem que ele recebeu da comunidade montenegrina”, destaca a filha, Fernanda Isse. Ela cita o poema: “Naquela Beira, labutava sempre, e me dizia sempre amar o nosso Rio. Naquela Beira, ele contava história que guardo na memória e hoje sei de cor. Naquela Beira, ele juntava gente e era tão contente, à tarde ou à manhã. E nos seus olhos era tanto brilho, que mais que sua filha eu virei sua fã (…) Naquela Beira tá faltando ele, mas a alma dele tá vibrando em mim”.

Filho de descendentes de imigrantes sírio-libaneses que vieram construir a vida no Rio Grande do Sul, Eduardo nasceu em Montenegro em março de 1944; e sua relação com o Caí começou muito cedo, quando, ainda jovem, ele já começou a trabalhar com os tios no ramo do transporte fluvial de areia, pedrisco e cascalho; onde fez carreira. Em 1978, o homenageado casou-se com Rose e, com ela, teve três filhas: além de Fernanda, Jordana e Jamilla. E foi após quatro anos de casado que eles se mudaram para aquela que Eduardo considerava a casa de seus sonhos: a residência na beira do Rio, junto às ruas João Pessoa e Álvaro de Moraes, quase em frente ao espaço que, hoje, leva o seu nome.

No registro de 2021, Eduardo Isse, à direita, com a esposa, Rose, à esquerda, e as filhas Jamilla, Fernanda e Jordana. FOTO: ACERVO PESSOAL DA FAMÍLIA

Muito atuante na comunidade, Isse presidiu o Rotary Club Montenegro, colaborando para a construção e estruturação de espaços assistenciais a crianças e idosos. Esteve ao lado da Fundarte, disponibilizando material para a construção da sede e ofertando bolsas de estudos para jovens artistas. Junto do pai, Pedro, investiu na construção da escola da Apae, bem como em outras obras de entidades filantrópicas, esportivas e religiosas distintas. Também foi vice-presidente do Conselho Deliberativo do Clube Riograndense.

Apaixonado pela história de Montenegro, colecionava fotografias e chegou a atuar como colunista interino da colina “Pra Recordar”, do professor José Carlos Schwartz; que era publicada no Jornal Ibiá. Sempre pelas ruas com seu conhecido Jeep Willis 1961, conta a família que Eduardo se orgulhava de ter vivido façanhas diversas, como o carregamento de vagões de trem na antiga Estação Férrea com material para a construção de estradas e pontes pelo Estado afora; e por ter sido pioneiro em subir o Morro São João com o caminhão carregado da areia usada na construção da antena da cidade.

Agora aprovado, o projeto de lei assinado pelo prefeito Kadu Müller deixa mais essa marca de Eduardo Isse na cidade; e termina falando de seu falecimento, mas rememorando sua vida: “No dia 19 de janeiro de 2007, um ataque cardíaco fulminante o levou deste mundo. O cortejo atendeu ao seu pedido: passar pela orla do Rio Caí que, naquela manhã, encontrava-se triste e cinzenta por ter perdido seu grande zelador e apaixonado amigo”.

Últimas Notícias

Destaques