Nova rodada: Vale a pena sacar meu FGTS?

Num pacote de medidas visando injetar mais dinheiro na economia e reduzir o endividamento das famílias, o governo federal lançou nova rodada de saques extraordinários do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, o FGTS. 42 milhões de brasileiros poderão sacar até R$ 1 mil num calendário que começa em 20 de abril e vai até 15 de junho. O dinheiro ficará disponível para retirada até 15 de dezembro; data em que voltará à conta vinculada do trabalhador.

Os R$ 1 mil são limite de retirada por pessoa, independentemente do número de contas que ela tenha, ativa ou inativa. Quem tiver menos de R$ 1 mil, por óbvio, poderá sacar o valor que tiver. Segundo a Caixa, o trabalhador que já antecipou seu saque aniversário do fundo, ficando com o valor bloqueado na conta, não poderá participar dessa rodada de saques extraordinários. Aos que podem, o valor será liberado por meio do aplicativo Caixa TEM para ser transferido, posteriormente, para uma conta do interessado.

Quando será liberado?

Mês de nascimento Data da liberação
Janeiro 20 de abril
Fevereiro 30 de abril
Março 4 de maio
Abril 11 de maio
Maio 14 de maio
Junho 18 de maio
Julho 21 de maio
Agosto 25 de maio
Setembro 28 de maio
Outubro 1º de junho
Novembro 8 de junho
Dezembro 15 de junho

 

Não sabe quanto tem de FGTS? A consulta pode ser feita através do aplicativo do FGTS, disponível para smartphones; e também no site da Caixa, em www.caixa.gov.br/extrato-fgts.

No Caixa TEM – Os R$ 1 mil serão depositados numa conta digital gratuita, podendo ser transferidos posteriormente usando o celular. Isso ocorre através do aplicativo Caixa TEM, que foi criado, originalmente, pros depósitos do auxílio emergencial e segue sendo utilizado. Quem não tem, pode baixar ele através da loja de aplicativos do seu celular. O acesso é feito com o CPF e uma senha numérica que é criada logo no primeiro acesso. Nessa etapa de cadastro, o usuário recebe uma mensagem via SMS para confirmar a sua identificação. Está feito o registro! Dentro do Caixa TEM, ele poderá checar se há saldo disponível no seu CPF e fazer a movimentação do valor.

Usar ou não usar o saque extraordinário?
R$ 1 mil, nos dias de hoje, já nem é tanto dinheiro assim; mas certamente dá uma ajuda no orçamento, especialmente para aqueles já comprometidos com dívidas. Embora o FGTS seja um tipo de “poupança forçada”, ele vem rendendo relativamente pouco: 3% ao ano, mais a divisão de lucros, que varia anualmente e não se sabe de quanto pode ser. Mesmo a poupança propriamente dita rende o dobro disso (6% anuais).

Com isso em mente, vale a pena fazer o saque! Quem tem dívidas atrasadas, pode usar o valor pra quitá-las, posto que juros e multas ultrapassam bastante o percentual de rendimento desse valor parado no fundo. Mesmo quem tenha dívida em dia, mas tem a possibilidade de reduzi-la com a antecipação, pode usar o saque extraordinário. Dá também pra pegar os R$ 1 mil e aplicá-los em outro lugar, com rendimento maior; e, sim, fazer uma compra que você PRECISA com a possibilidade de negociá-la à vista.

Outras movimentações seguem normais
O governo federal garantiu que as demais possibilidades de movimentação dos recursos do FGTS seguem válidas. O fundo pode ser sacado nos seguintes casos: despedida sem justa causa, extinção da empresa, aposentadoria, falecimento do trabalhador, pagamento de prestações do financiamento habitacional concedido pelo Sistema Financeiro de Habitação (SFH) a pessoas com idade igual ou superior a 70 anos, além de doenças graves definidas em lei.


13º dos aposentados foi adiantado
No mesmo pacote de medidas que lançou a nova rodada de saques do FGTS, foi anunciado que, pelo terceiro ano seguido, os cerca de 30,5 milhões de aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) receberão o décimo terceiro salário com antecedência. A primeira parcela será paga entre 25 de abril e 6 de maio, junto com os pagamentos das aposentadorias e pensões da competência abril. Já a segundo parcela será paga de 25 de maio e 7 de junho, junto com os benefícios relativos a maio. O desconto do percentual do Imposto de Renda é feito na segunda parcela.

Originalmente, os aposentados e pensionistas recebem o 13º nas competências de agosto e novembro. Porém, nos últimos dois anos, visando minimizar o impacto econômico da pandemia, as parcelas foram antecipadas. Sempre bom lembrar que a antecipação não é dinheiro extra, por isso é importante se organizar sabendo que, lá na frente, o valor não será recebido. Há, sim, projeto tramitando em Brasília pela criação de um “14º”, mas ainda não há nada concreto.


Mais consignado
Pessoas que recebem Benefício de Prestação Continuada (BPC) e Auxílio Brasil, agora, também poderão fazer empréstimo consignado. A modalidade de crédito, até então, era limitada a aposentados e pensionistas do INSS, servidores públicos e trabalhadores com carteira assinada. O consignado, pra quem não sabe, é um empréstimo onde a prestação é descontada diretamente no benefício – ou folha de pagamento – do beneficiário mensalmente. Como há o desconto fixo, atrelado à renda, o risco de inadimplência é menor, fazendo com que as instituições financeiras ofertem o crédito com taxas mais baratas do que outras opções do mercado.

De acordo com o governo federal, que criou a nova possibilidade, 4,8 milhões de beneficiários do BPC e os 17,5 milhões de beneficiários do programa Auxílio Brasil poderão fazer os empréstimos; a depender ainda de cada instituição, que deverá incluir o novo grupo de beneficiários em seu portfólio. O BPC beneficia, hoje, com um salário mínimo, idosos e pessoas com deficiência em situação de baixa renda. Já o Auxílio Brasil, “novo Bolsa Família”, repassa, ao menos, R$ 400 reais por família em situação de vulnerabilidade graças a um aumento temporário válido até o fim do ano.

Margem aumentou
Falando em consignado, o governo federal também voltou a ampliar a margem consignável da renda de 35% para 40%. Esse é o percentual máximo da renda mensal que pode ser comprometido com o pagamento desses empréstimos com desconto em folha (ou no benefício). A margem de 40% já tinha vigorado durante todo o ano passado, mas, depois, o percentual voltou a ser reduzido aos 35%.


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