Priscila Gomes Palmeiro revelou ainda que será criada a terceira Vara em Montenegro
Em uma cerimônia sucinta, na tarde desta terça-feira, dia 21, a nova Juíza da Vara Criminal de Montenegro foi apresentada a autoridades e imprensa. Com 10 anos de experiência no cargo, além de outros nove como assessora de desembargador, Priscila Gomes Palmeiro, 42 anos, assume falando em olhar diferenciado aos casos de violência contra a mulher. Além disso, defendeu que primeiro deva se incentivar o diálogo entre as partes como forma de agilizar o trabalho do Judiciário. Necessidade de celeridade que na região será amenizada em breve com incremento da estrutura.
A juíza classificou a Vara Criminal como muito importante ao sistema, pois tornou-se a porta de entrada do Judiciário, inclusive no que tange a exposição através da mídia. Como é oriunda da Civil, Priscila quer trazer à Criminal uma visão humanizada através do projeto de Justiça Restaurativa, que inclusive já foi implantada em Montenegro pela juíza Deise Fabiana Lange Vicente.
Priscila recorda que a Criminal ficou um ano e meio sob atendimento de um substituto, enquanto ela realizava Mestrado em Portugal. E diante de um natural acúmulo de processos geral, o Poder Judiciário já autorizou a criação de uma Terceira Vara no Fórum de Montenegro. O Tribunal do Estado apenas precisa definir se será Civil ou Criminal. “Justamente em virtude do demasiado número de processos que tem na Comarca. E isso é de conhecimento de todos”, salientou.
A respeito da agilidade no Judiciário Brasileiro, ela analisa que isso também ocorre porque tudo deságua nos tribunais. Priscila acredita que é hora de trabalhar a questão comunitária, pois as pessoas não utilizam mais a palavra. Tudo é levado a questionamento oficial, antes mesmo de sentarem para conversar. Todavia, essa mudança de paradigma não deve esquecer que há anos o Judiciário segue praticamente com a mesma estrutura, servidores e número de juízes.
Violência doméstica merece um novo olhar
A juíza da Vara Criminal também defende uma nova postura nos casos de Violência Doméstica, no qual as vítimas sejam ouvidas com acolhimento diferenciado. Esse método já é aplicado pela Justiça gaúcha. “A questão da violência contra a mulher está em voga. Mas a lei ainda é muita nova. Se olharmos para trás, antes não havia essa proteção específica”, aponta.
Essa novidade pede um olhar novo quanto às formas de conduzir os processos. Ela também defende a eficácia do benefício da Medida Protetiva, pois seu descumprimento por parte do agressor resulta em prisão imediata. Mas acredita que ainda é falha a questão da fiscalização, sobretudo devido aos baixos efetivos nas polícias militar e civil.