Brincadeira. Prestes a se casar, Luísa Junges, com a parceria das madrinhas, foi à Fernando Ferrari buscar “ajuda financeira” para o matrimônio
O Brasil está cheio de lendas urbanas sobre noivas que assombram motoristas pelas estradas afora. Com algumas variações, são relatos sobre jovens que estavam próximas de se casar e acabaram morrendo antes de realizar seu sonho. Nas noites mais escuras, aparecem para “pedir carona” aos caminhoneiros que, apavorados, aceleram para fugir da assombração. Para muitos, trata-se de mera crendice, mas há quem jure já ter visto estes vultos assombrando rodovias. No último sábado, uma jovem vestida de branco parou muitos condutores na rua Fernando Ferrari, pedindo moedinhas. Mas ela estava bem viva e acompanhada de um grupo de amigas, fazendo uma brincadeira que bombou nas redes sociais.
A noiva é Luísa Junges e, de fantasma, não tem nada. No Chá de Panela, que também ocorreu no sábado, a jovem professora foi desafiada a responder a 18 perguntas sobre seu futuro marido, Otávio Mello Moreira e, pelo relato dela, ele as produziu de forma que ela errasse todas e tivesse de pagar a prenda. “Eu acertei só uma, que era de que lado da cama ele dormia. Respondi no meio”, conta.
Segundo Luísa, as respostas aos outros 17 questionamentos ele inventou. “Perguntou qual era a cor preferida. Eu disse preto e, ele, amarelo mostarda”, recorda. “A comida preferida também tinha, que, segundo ele, é quiabo. Ele nem sabe o que é isso”, contesta. Se o casal fosse famoso, para Luísa, eles seriam Angelia Jolie e Leonardo DiCaprio. Otávio, porém, tem uma opinião bem diferente. Na hora dessa pergunta, ele revelou que seriam Dona Florinda e Professor Girafales. “A intenção era eu errar tudo meeesmo”, explica Luísa.
Ao final das perguntas, a proposta das madrinhas – que também não deixaram por menos – era a de que, pelas respostas “erradas”, Luísa teria de pagar uma prenda. E é isso que explica uma noiva, vestida com saia branca e blusa, atacando os motoristas pedindo moedas para ajudar nos gastos com o casamento, agendado para o dia 24 de março.
“Oi, tudo bem? Teria uma moedinha para ajudar no meu casamento?”, era o que Luísa dizia aos condutores. Muitos, segundo ela, de fato não tinham como dar nada, mas, em troca, desejavam felicidade, sorte e amor no matrimônio. “Mas a maioria parou. Minha meta era arrecadar R$ 50,00 e, se conseguisse, queria duplicar o número. Consegui R$ 120,30. Foi muito mais do que eu esperava”, diz, satisfeita.
O único receio da jovem era de que forma abordar os motoristas. Ou seja, ela não queria que eles a interpretassem mal. Só que, felizmente, essa preocupação se transformou, ao longo do dia, em gargalhadas e bastante moedas. “Essa é uma tradição, não só da minha família, como de outras também. Algumas noivas pedem durante a festa de casamento, mas minhas madrinhas resolveram adiantar um pouco esse processo e, claro, sem eu saber”, afirma.
Além das pessoas que transitavam pela rua e paravam para a noiva, quem também apareceu foi Otávio, o “culpado”. “Eu pedi a ele também as moedas e ele me deu. Disse que ia ajudar meu noivo a pagar”, risos.
Noivo e madrinhas juntos
Todos os questionamentos foram produzidos pelo noivo Otávio. Durante o chá, eles foram transmitidos em uma tela. Havia uma gravação com a pergunta e outra com a resposta.
“Pedir moedas na rua é uma prenda que, para muitas noivas, é difícil de fazer. E a gente achou que não havia tanto movimento na rua, então convidamos ela para ir à esquina, não precisava nem ser na sinaleira”, diz Amanda Junges, uma das madrinhas. “E como a Lu não pode ser desafiada porque ela faz tudo para que consiga a vitória, ela acabou entrando no jogo e fazendo a tarde especial”, termina.