Evento contará com oficinas e debates sobre questões raciais e protagonismo negro na sociedade
Em alusão ao Dia da Consciência Negra, celebrado dia 20 de novembro, o Coletivo Kubalumuka realizará uma série de atividades em Montenegro nos próximos dias 17 e 23. Na Associação Cultural Beneficente Floresta Montenegrina, o evento busca fomentar debates sobre perspectivas da negritude com mesas de discussões, exposições de artes, oficinas, entre outras atrações.
Formado por jovens negros da cidade de Montenegro, o Coletivo tem como objetivo criar espaços de aprendizado e troca de ideias, a fim de reparar dívidas históricas através de projetos e ações sociais. “Antigamente esse grupo tinha outra formação, mas o Coletivo Kubalumuka surgiu a partir de uma ideia em conjunto durante uma das nossas reuniões”, explica Jean Paulo Honorato, um dos membros da entidade.
“Esse será nosso primeiro evento, já que em outras oportunidades participamos apenas como apoiadores, como ocorreu no Dia da Criança na Associação Floresta”, detalha Jean. “Então, no primeiro dia (17), teremos atividades voltadas mais para o âmbito acadêmico, com debates e discussões sobe os espaços ocupados pelos negros na sociedade, já no segundo, dia 23, buscamos fazer algo com foco nas artes negras, com a participação de vários artistas locais”, acrescentou.
Aberto para membros que tenham interesse em tornar o conhecimento mais acessível para aqueles que não têm acesso à internet, livros e a um espaço de conversa, o coletivo criou o Laboratório e Biblioteca Comunitária Margarida C. de Paula, sediado na Associação Cultural Beneficente Floresta Montenegrina. Criado com livros, computadores e notebooks doados, o projeto tem como intuito dar suporte para essa parcela da população na cidade. “A grande maioria das pessoas pobres que se encontra em situação de vulnerabilidade social são negras, desde o ensino público defasado até as condições financeiras” ressalta Jean, acrescentando que, apesar de não ter data definida para inauguração do espaço, o coletivo já estava atuando como parceiro em outras atividades na cidade.
“Kubalumuka significa ‘erguer-se’, uma palavra do dialeto kimbundu da etnia Bantu, que foram um dos primeiros povos a vir para o Brasil escravizado. Por isso, todo esse significado em cima do ‘ergue-se e levanta-se, que é o maior dilema do negro dentro da sociedade”, detalhe Jean, sobre a escolha e importância do nome do grupo para o processo indenitário dos integrantes.
Para Jean, o Dia da Consciência Negra (e o Novembro Negro) cumpre com um papel muito importante na sociedade, já que possibilita uma reflexão sobre a desigualdade racial no País. “Se nós fossemos pensar em um país justo com base na nossa história, esse debate merecia atenção quase todos os meses, mas, para nós, pessoas negras, essa é uma data para desenraizar muitas coisas que foram jogadas para debaixo do tapete”, enfatiza o Jean. “Esse é um momento de reajuste histórico.”
Saiba mais
Para compartilhar informações, materiais educativos e manter os integrantes por dentro dos assuntos pertinentes ao tema da negritude, o Coletivo Kubalumuka está nas redes sociais através do Facebook. Conheça um pouco mais em https://www.facebook.com/kubalumuka/
Confira a programação
Dia 17.11, das 15h30 às 19h
Mesa de Discussões – Componentes
-Alexandre Ferraz – Biólogo – Educação das Relações Étnico Raciais;
-Murilo Vargas – Atuante na área do Direito – Heróis Negros desconhecidos e debates públicos perante as questões raciais;
-Sueli Angelita Silva – Assistente Social NEABI/Unisino – Acessibilidades do povo Negro e Políticas Publicas.
Venda de artesanato afro
– Afroempreendedores: Aruanda Artes – Vanessa lima produtos fitoenergéticos – Jurema Teresinha Artesanato Negro.
Dia 23, das 15h30 às 19h
Abertura – SLAM – Henry Adriel membro do Coletivo Kubalumuka
Mesa de Discussões – Componentes
-Fahby Ferraz – Cantora e compositora Montenegrina – A musica para as mulheres Negras;
– Dwed – Mc do Guerreiros da Perifa( Grupo de RAP Montenegrino) – O Rap para o Negro;
-Adriano Karan – Artista da Montenegrino – Descrição e discussão sobre sua nova coleção de obras.
-Atividade recreativa junto com a plateia – Adriano Karan.