No Estado, 24% dos acidentes com morte são motociclistas

Perigo. Nos cinco primeiros meses de 2018 foram registradas 247 mortes

No ano passado ocorreram 591 acidentes com vítimas fatais envolvendo motos nas rodovias federais, estaduais e nos municípios gaúchos. Nos cinco primeiros meses deste ano já são 247 casos, o que representa 24% do total. A marca só perde para os acidentes fatais envolvendo carros, que chega a 36% dos registros. Também são computados óbitos dos caronas das motocicletas: em 2017, 46 pessoas morreram; em 2018, são 19. Os dias de maior incidência de acidentes desta espécie são sábado e domingo, quando 30% deles ocorrem à noite e 22% à tarde. Os dados são do Sistema de Consultas Integradas da Secretaria de Segurança Pública do Rio Grande do Sul.

Para conseguir CNH, alunos têm 20 aulas práticas e 40h/aulas teóricas

Segundo registros da Polícia Rodoviária Estadual (PRE), em Montenegro dois acidentes resultaram em mortes em 2018. Um deles ocorreu no mês de março, no quilômetro zero da ERS-411, próximo ao antigo Frigonal. O segundo caso foi em abril, no quilômetro 14 da BR-386. Para não fazer parte das estatísticas, os condutores devem estar bem preparados para enfrentar o trânsito na cidade e nas rodovias. Contudo, existe um consenso entre instrutores de que o conhecimento adquirido nos Centros de Formação de Condutores (CFC) não é suficiente para que o motociclista sinta-se 100% preparado.

A jovem Amanda de Souza, 18 anos, passou pelas 45 horas-aula teóricas e mais 20 aulas práticas, com duração de 50min, e prepara-se para fazer a prova prática e conquistar a sonhada Carteira Nacional de Habilitação, categoria A, nesta sexta-feira, 29. Mas ela sabe que depois de obter o documento estará sujeita aos riscos das vias públicas. A moça não quer fazer parte das estatísticas e por isso pretende estar atenta a todos os elementos que compõem o trânsito.

“Eu sou tranquila, mas me preocupo porque os carros nem sempre enxergam as motos. Os motociclistas são os que mais sofrem no trânsito”, comenta. Amanda conhece a realidade do tráfego e garante que tomará todos os cuidados necessários para que ninguém acabe ferido. “O maior cuida do menor. Vou respeitar principalmente os pedestres. Me sinto preparada”, assegura.

Comportamento é culpado pela maioria dos acidentes
Abuso da velocidade, falta de distância em relação ao veículo da frente e uso do celular enquanto dirige são algumas das infrações que colocam os condutores em risco. O descumprimento das leis de trânsito é visto pelo instrutor prático do Centro de Formação de Condutores Montenegro Vanderlei Cardoso, 46, como fator responsável por acidentes envolvendo motociclistas.

Vanderlei: instrutor há 20 anos

“A imprudência e o excesso de velocidade são as principais causas de acidentes”, afirma o professor. Para ele e seu grupo de colegas, as regras repassadas aos alunos, em geral, são ignoradas quando os novos condutores “conquistam” as ruas. “Nós orientamos sobre direção defensiva. É preciso cuidar mais dos outros motoristas do que de si”, comenta Vanderlei.

Para o instrutor, os alunos não saem das escolas totalmente preparados para “pegar” a estrada. Mesmo assim, muitos se arriscam sem mensurar os riscos. “A pista onde eles fazem as aulas é totalmente diferente das ruas. O ideal é que pratiquem no local onde moram, antes de sair para andar nos locais de maior movimento”, indica.

A principal orientação para evitar desastres viários é praticar direção defensiva, mas também investir em equipamentos de segurança, como capacete de boa qualidade. “Os acidentes acontecem por uma questão de comportamento. O ser humano deve se comprometer consigo”, conclui.

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