Mais de 200 crianças receberam presentes na ação desenvolvida pela Central Única das Favelas na Vila Esperança
A tarde quente desse sábado, 22, também serviu para aquecer os corações na comunidade da Vila Esperança, no bairro Senai, em Montenegro. Cerca de 230 crianças cadastradas pelo Núcleo de Mulheres Maria Maria – da Central Única das Favelas (Cufa) – receberam presentes e fizeram fotos com o Papai Noel. Em 2018, a iniciativa chega a seu terceiro ano e não para de crescer.
Rogério Santos, presidente da Cufa em Montenegro, salienta que a ação social se deve ao trabalho realizado pelas mulheres do Núcleo Maria Maria e a colaboração da sociedade que contribui com a doação dos brinquedos.
O trabalho começa com o cadastramento das crianças. As voluntárias passam por todas as casas do bairro e cadastram crianças de dois até 12 anos de idade. A culminância da ação ocorre na sede da Associação Comunitária. Lá o Bom Velhinho e seus ajudantes distribuem mais do que lembrancinhas, eles reacendem a esperança de dias melhores e fazem os pequenos voltarem a acreditar na magia do Natal.
João Vitor de Souza, de 11 anos, mostrava através do brilho em seu olhar que o presente recebido era muito especial. O contato com o Papai Noel e com o pessoal da Cufa despertou um desejo no menino. “Eu vou pedir para o meu pai montar a nossa árvore de Natal e vou colocar meu presente embaixo dela”, contou o garoto.
A emoção de João e de tantas outras crianças contagiou a coordenadora do Núcleo de Mulheres Maria Maria, Carliane Pinheiro, a Kaká. “É muito emocionante. Eu cresci na periferia e naquela época não se tinha ações como essa. Meu pai usava o dinheiro para comprar comida e não tinha como comprar presentes”, comenta Kaká ao lembrar que várias famílias no bairro passam pela mesma situação que ela viveu na infância. “Com a doação desses brinquedos, as mães podem guardar dinheiro para comprar o material escolar deles ou até mesmo comida”, conclui.
“A gente precisa plantar o amor para garantir a colheita. Aqui a gente mais recebe do que doa”, diz Natália Scheid, parceira da ação. Durante anos o marido dela se transformou em Papai Noel para levar mais alegria aos moradores daquela comunidade. Após o falecimento do companheiro, Natália continuou participando das ações, ela própria conseguiu um novo Papai Noel para que as crianças continuem vivenciando a experiência lúdica que a figura proporciona.