Após anos de espera, 40 famílias receberam escrituras depois da regularização fundiária das áreas
A casa própria é o desejo de grande parte da população que almeja ter um cantinho para construir a vida. Na noite da última quinta-feira, 5, esse sonho se tornou realidade para 40 famílias em mais uma etapa de entrega das escrituras dos imóveis da Vila Esperança, no bairro Senai. Na sede da Associação Comunitária do Bairro, onde ocorreu a cerimônia de entrega do documento, o clima era de alegria e alívio para os moradores que esperavam ansiosos por esse momento há anos e, finalmente, se tornaram donos de seus lotes.
A solenidade contou com a presença de várias autoridades, e após a fala de abertura, os novos proprietários foram sendo chamados um a um. Enquanto aguardavam, o nervosismo era visível através das pernas que sacudiam inquietamente, resultado de uma espera que durou quase uma vida, mas que pouco a pouco era compensada com uma assinatura, documentos em mãos e um abraço do prefeito Carlos Eduardo Müller, o Kadu. “Esse papel representa a realização de um sonho”, disparou a moradora Ana Paula Gomes da Silva, 36.
“Faz nove anos que espero por essa escritura, mas vivo na Vila Esperança há 35 anos, então essa não é uma realização só minha, mas de toda minha família”, comentou Ana Paula, acrescentando que os pais morreram esperando pelo documento que, infelizmente, não conseguiram. “Apesar de ser uma comunidade pequena, aqui todo mundo conhece todo mundo e, por isso, temos um vínculo muito forte, o que me faz adorar esse lugar onde cresci, conheci meu marido e hoje crio minhas filhas.”
Além do prefeito, compareceram ao evento o secretário e diretor Municipal de Habitação, Desenvolvimento Social e Cidadania (SMHAD), João Marcelino da Rosa e Ernani dos Santos, e o representante da Secção de Regularização Fundiária João Batista Santos da Cunha. Conforme o secretário, essa é mais uma etapa que dá continuidade ao processo de regularização fundiária iniciado em meados de 2016. “Com esses documentos, estamos fechando cerca 130 escrituras públicas entregues nesse bairro, mas ainda falta em torno de 100”, destacou Rosa. “Esse é um processo um pouco lento porque exige uma série de exigências de documentos, entre outras questões burocráticas”, completou.
Ainda emocionada e distribuindo sorrisos, a moradora Ortenila Dultra recordou do tempo em que a regularização fundiária da área que ocupava era algo distante. “Quando me mudei, o bairro era só barro e mato, não tinha rua e nem estrada, as coisas foram sendo instaladas aos poucos, como a água e luz”, detalhou Ortenila, que esperou por 40 anos o documento. “Hoje mudou bastante, tenho até asfalto na porta da minha casa”, disse orgulhosa.
Para o prefeito, além de representar a realização dos sonhos para muitos moradores, o ato resgata a autoestima dessa parcela da população que, a partir de agora, passa a se reconhecer como parte de Montenegro. “Um gesto desse, de entregar um documento que dar posse àquilo que eles [moradores] construíram como ideal de vida, é também uma realização da nossa administração, que busca ser facilitadora em realizar esses sonhos”, disse Kadu.
Novos proprietários têm 12 meses para registrar as residências
Com as escrituras em mãos, os moradores agora são oficialmente donos de seus lotes, que estão devidamente regularizados. De acordo com a SMHAD, nos próximos doze meses, os contemplados devem registrar suas residências junto à Prefeitura Municipal. Com isso, além da felicidade, o documento recebido pelos beneficiários também traz responsabilidade, já que os lotes legalizados passarão a ter IPTU cobrado.