Motoristas pedem aumento da vida útil do transporte escolar

Trabalhadores querem mais cinco anos para se recompor da pandemia

Os motoristas de transportes escolares particulares estiveram presentes em reunião nessa terça-feira, 20, na Câmara de Vereadores para pedir um acréscimo de cinco anos na vida útil do transporte escolar. A reunião foi proposta pelo vereador Talis Ferreira. O objetivo é que, de 15 anos, o tempo de uso dos transportes microônibus passaria para 20. O pedido se deve, principalmente devido à pandemia. Marcelo Torres é um dos motoristas e explica que durante os dois anos em que as escolas se mantiveram em funcionamento apenas de maneira on-line, os motoristas ficaram parados e sem aparo do poder público. “Muitos de nós não conseguiram o auxílio do governo e ficaram pelo caminho, abandonando o transporte escolar”, lamenta.

Na companhia de pelo menos mais 10 motoristas, Marcelo explica que, com a volta das aulas presenciais, a maioria deles teve dificuldade quando os transportes voltaram a circular. “Começou a dar problemas, porque os transportes ficaram muito tempo parados, e precisamos tirar de onde não tínhamos para fazer manutenções e continuar trabalhando. Assim, o dinheiro que compraríamos o novo veículo no vencimento deste, teve que ser usado para sobreviver”, relata. Os motoristas também se manifestaram afirmando que gastaram boa quantia de dinheiro para alugar um transporte, já que com o tempo parado, os seus próprios foram estragando.

“Pedimos esta margem de tempo de cinco anos para conseguirmos juntar um pouco do dinheiro para trocar de transporte”, acrescenta Marcelo. Ele diz que entende que não será possível repor todo o dinheiro nos cinco anos, mas, pelo menos já “alivia” para um financiamento. “Se não, temos que financiar todo o valor de um transporte, que já encareceu, manter as vistorias, gasolina, e ainda viver pagando os juros para financiar”, ressalta.

Maria Goreti Machry é uma das motoristas mais prejudicadas, já que terá que trocar seu transporte em 2023, caso na haja extensão do prazo. “Tive que investir no meu veículo mesmo sabendo que no ano que vem não vou poder rodar com ele, porque precisava trabalhar. Eu tinha uma reservinha de dinheiro e foi tudo. Se não conseguirmos o tempo a mais, não vou poder trabalhar”, desabafa. “Eu poderia parar, porque já trabalhei 30 anos com isso, mas dói parar porque eu adoro fazer este serviço”, expõe. “Não temos saída se não tivermos ajuda do Município”, declara Marcelo. Os motoristas ainda lembram que cidades vizinhas como Triunfo, Capela de Santana e São Leopoldo já têm 20 anos para a vida útil, pois a regra funciona como lei municipal.

Paulo Reinaldo Tempass Júnior, diretor do Departamento de Transporte de Trânsito de Montenegro, afirma que entende a situação descrita pelos trabalhadores e reconhece as dificuldades passadas ao longo da pandemia. Ele ainda afirma que é positivo o fato de outros municípios já terem os 20 anos de vida útil. Tempass relembra que, mesmo que seja criado um projeto de lei e aprovado, a vistoria dos transportes segue ocorrendo de seis em seis meses. “Vocês terão que se comprometer para tudo funcionar redondinho, porque a fiscalização é rigorosa”, relembra. O próximo passo, segundo ele, é levar a demanda ao prefeito Gustavo Zanatta. Talis pontua que na próxima semana uma reunião deve ocorrer com o mesmo, a fim de levar a discussão adiante com criação e aprovação da lei municipal.

Riviane Bühler da Rosa, assessora da Secretaria de Educação, destaca que o fundamental para a pasta é a segurança das crianças. Rafael Cruz, secretário de Gestão e Planejamento também esteve presente na reunião.

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