Acidente com morte no Senai. Em entrevista exclusiva ao Ibiá, ele também alega não conhecer o atropelador
O motorista do Golf, em entrevista exclusiva ao Jornal Ibiá, nega ter realizado um racha com o Prisma que atropelou mãe e filha na rua Campos Neto, no bairro Senai, no dia 4 de agosto. O acidente matou a professora Aline Fabiana da Rosa Silva de Sá, de 39 anos, e deixou a filha dela, de 16, com ferimentos leves.
Com a condição de não ser identificado, o homem conversou com a reportagem na manhã desta quinta-feira, 16, no escritório do advogado dele, Gustavo Harres de Oliveira, localizado no Centro.
O condutor também diz não conhecer e nunca ter visto quem estava dirigindo o Prisma. Ele também alega ter visto o outro automóvel somente quando ingressou na rua Campos Neto.
Os dois motoristas realizaram o teste do bafômetro, que deu negativo. Também permaneceram no local e prestaram socorro às vítimas. Aline Fabiana não resistiu e morreu no Hospital Montenegro na noite do atropelamento.
O Ibiá também entrou em contato com a defesa do condutor do Prisma com o objetivo de entrevistá-lo. Mas o advogado dele, Gustavo Adolfo Rohr, disse que ele só falará após a denúncia.
Relembre o caso
Aline andava pela calçada, próximo a entrada do condomínio Erico Veríssimo, no bairro Senai, acompanhada por sua filha e o cão da família, no final do dia 4, quando foi atingida pelo automóvel Prisma. Uma testemunha relatou ao Jornal Ibiá que, poucos segundos antes do atropelamento, mãe e filha trocaram de posição no passeio público.
As duas vítimas logo foram socorridas pelos bombeiros e por duas equipes do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Aline foi conduzida ao Hospital Montenegro já em estado grave. Horas depois do acidente, a professora não resistiu e veio a falecer.
A filha dela também foi atingida, mas teve apenas ferimentos leves.
Entrevista
Jornal Ibiá – O que aconteceu no momento do atropelamento?
Motorista – Eu estava me deslocando até o condomínio (Erico Veríssimo) onde a minha namorada mora, a gente ia tomar chimarrão na casa dela, estávamos eu e ela no carro. Quando estava passando a Assistência, percebi que ele estava atrás de mim, me “colando”, me “apertando”. Como é uma rua movimentada, tem bastante carro estacionado, fluxo indo e vindo, eu mantive a velocidade da via e quando pude dar lugar para ele, que foi uma rua antes ainda do condomínio, dei o pisca, o lugar, ele passa, faz este movimento (de ultrapassagem) e perde o controle. Foi tudo muito rápido.
JI – Houve racha?
Motorista – Não, não houve.
JI – Você conhece o outro motorista?
Motorista – Não, não conheço ele.
JI – Nunca viu?
Motorista – Não.
JI – Há imagens de que já na rua Ramiro Barcelos este carro estava atrás de ti. Você não viu ele?
Motorista – Não vi. Realmente, eu percebi o carro atrás de mim na Assistência. Eu fico cuidando o trânsito à frente. Não fico cuidando o que vem atrás. Eu estava cuidando o trânsito, não sei se tu dirige, tu vê um carro atrás e não fica cuidando qual é. É muito carro às vezes. Enfim, eu percebi que ele estava “colando” atrás e que tinha alguma coisa diferente, mas aí dei o lugar para lá na frente.
JI – Por que você parou e esperou a chegada da Polícia?
Motorista – Eu prestei socorro, não tinha porque eu sair dali, eu ia entrar no condomínio. Minha intenção era entrar no condomínio, eu estacionei o carro na hora do choque, descemos do carro e fomos prestar socorro. Até, se for ver a gravação, nós somos os primeiros a chegar.
JI – Como foi o socorro?
Motorista – Eu e minha namorada descemos do carro e, em um primeiro momento, ele queria mexer nela (na adolescente). Então eu disse “não, não mexe, só segura a mão dela”. A gente começou a conversar com ela para não ficar desacordada, porque estava “querendo” desmaiar, até chegar os bombeiros. Os bombeiros chegaram antes do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), aí chegou a Brigada e o Samu.
JI – A Aline estava inconsciente?
Motorista – Sim, eu não fui diretamente nela, porque já tinha gente lá. O pessoal foi se dividindo, um pouco na moça e outro na Aline. Mas conseguimos ver que ela estava desacordada.
JI – Você sente-se culpado de alguma forma pelo que aconteceu?
Motorista – Não, não me sinto culpado. Eu até penso assim, se eu deixo para frear em cima do condomínio para entrar, ele ia bater em mim e na minha namorada. O acidente iria ser conosco. Por isso, antes eu já dei o lugar antes para ele ir.
JI – Você assistiu tudo, o momento do choque com as vítimas?
Motorista – Sim, a gente viu tudo. Foi tudo muito rápido.
JI – Ele vinha muito rápido?
Motorista – Estava rápido. Quando ele me passa, até acelera um pouco mais.
JI – Ele não fez menção de te convidar para racha, algum sinal?
Motorista – Não fez nada em nenhum momento.