Morte do jornalista Rafael Henzel comove mundo da bola

Sobrevivente do acidente aéreo envolvendo a Chapecoense morreu nesta terça-feira, 26. Em 2017, ele concedeu entrevista ao Ibiá

O jornalista Rafael Henzel faleceu na noite da última terça-feira, 26, vítima de um infarto fulminante, enquanto jogava futebol com amigos em Chapecó, no Oeste de Santa Catarina. Natural de São Leopoldo, ele tinha 45 anos e deixa esposa e filho. Rafael ficou conhecido por ser um dos sobreviventes da tragédia envolvendo a equipe da Chapecoense em novembro de 2016. Na redes sociais, diversas são as manifestações de pesar pela morte do locutor da rádio Oeste Capital.

Rafael mantinha uma rotina de palestras . Foto: Reprodução Facebook/Rafael Henzel

Acostumado a dar palestras depois do acidente, o jornalista esteve em Montenegro no dia 28 de fevereiro para falar sobre as normas mínimas de segurança que não foram respeitadas no voo da Chapecoense. Na ocasião, mais de 800 funcionários da empresa que o contratou acompanharam a sua fala. Em uma postagem nas redes sociais, ele afirmou que “o ‘vai dar certo’ não pode ser desculpa para descumprir as normas”, agradeceu aos presentes e reiterou que “com segurança não se brinca”.

Em janeiro de 2017, ele contou ao Ibiá que o aprendizado que ficou é de não potencializar os pequenos problemas e “não fazer tempestade em um copo d’água”. Na época, dizia também que havia visto “o escudo da Chapecoense sangrar, com a camiseta suja no barro”. Acreditava na necessidade de levar a mensagem de reconstrução do time, e que, com o início de uma nova temporada, a cidade renasceria. Não estava errado. Até hoje, a Chapecoense é um dos poucos times de futebol na lista dos que nunca foram rebaixados para a Série B do Campeonato Brasileiro após chegarem na divisão de elite, mesmo após o acidente.

A tragédia

Do dia 28 para 29 de novembro de 2016, o mundo virou o olhar para o pequeno município de La Unión, na Colômbia. O motivo era um dos piores possíveis: o avião que levava a Associação Chapecoense de Futebol para jogar a final da Copa Sul-Americana havia caído, matando 71 das 77 pessoas a bordo. O destino, Medellín, ficava a apenas 57 quilômetros do local do acidente.

Dirigentes, comissão técnica, jogadores, profissionais da imprensa e membros da tripulação perderam suas vidas em um dos maiores desastres aéreos da história do futebol. Num ato de solidariedade, a “Chape”, que jogaria a sua primeira final internacional, foi declarada campeã após o rival, Atlético Nacional, solicitar a entrega da taça à equipe catarinense. Incomum para acidentes de avião, seis pessoas sobrevieram, entre elas o jornalista.

Rafael Henzel, locutor da Rádio Oeste Capital, retornou à Chapecó em meados de dezembro, algumas semanas depois do acidente, junto de outro sobrevivente e jogador do time, Alan Ruschel. O jornalista foi o primeiro sobrevivente a voltar a trabalhar, se prontificando a narrar a estreia do time na Libertadores do ano seguinte.

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