Moradora de Montenegro desapareceu em São Paulo e causa da morte ainda é um mistério
Em clima de grande comoção, Marluce da Silva Fonseca foi sepultada em sua cidade natal, Santa Bárbara do Monte Verde, em Minas Gerais, no último sábado, dia 18. Ela estava desaparecida desde 8 de março, após viajar de Montenegro para São Paulo. A causa da morte ainda é um mistério.
Familiares de Marluce confirmaram o seu falecimento em postagem nas redes sociais no mesmo sábado da despedida. O corpo foi encontrado no rio Tietê, mas somente dez dias depois do desaparecimento os parentes souberam que estava no Instituto Médico Legal (IML) sem ter sido reconhecido. Familiares viajaram para a Capital paulista atrás de informações e para tentar localizá-la. Para ajudar nas despesas, foi lançada uma mobilização de doação de recursos.
A polícia paulista descobriu que Marluce, de 35 anos, tinha desembarcado no aeroporto de Guarulhos (SP) e seus pertences foram encontrados em meio ao lixo perto de um hotel, no bairro Tatuapé, incluindo bolsa e sacola, cartões, chaves, documentos e outros objetos. Ela teria dado entrada no hotel no dia 8 de março, mas depois não foi mais vista. Imagens de câmeras a registraram desembarcando em São Paulo e também entrando no hotel. Pagou mais caro, R$ 1.300,00, por ter comprado a passagem aérea de última hora. Após se hospedar uma noite, não retornou para realizar o checkout (saída) do hotel. Familiares estranharam porque ela ficou em um hotel, com diária de cerca de R$ 450,00, já que quando viajava para São Paulo, onde morou e trabalhou, costumava se hospedar na casa de amigos. E depois, normalmente, viajava para Minas Gerais para visitar os parentes.
Repercussão nacional
O caso ganhou repercussão nacional. Marluce morava em Montenegro desde 2015, quando veio de Minas Gerais para estudar na Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (Uergs). Ela cursava dança e tinha muitos amigos na cidade. Também trabalhou em vários estabelecimentos, como supermercado e restaurantes. De sorriso cativante, era muito simpática e bem relacionada. Além das apresentações de dança da universidade, costumava ser vista passeando de bicicleta e com seus cachorros. “Era muito querida, atenciosa, bondosa, sensível, humana, espiritualizada, cheia de fé e de boas intenções no coração”, dizem os familiares, que estão consternados e chocados.
A viagem repentina, sem avisar parentes e amigos, causou estranheza. Ela apenas pediu para uma amiga cuidar dos seus dois cães, aos quais era muito apegada. Dançarina, atriz e cantora, Marluce encantava a todos. Ela chegou a informar à Polícia que se sentia perseguida por terem entrado em sua rede social. Por isso chegou a trocar de telefone mais de uma vez, mas não se sabe se isso tem alguma relação com o seu desaparecimento. “Ela sempre teve uma comunicação muito boa com a família”, diz uma das oito irmãs da dançarina. Além dos irmãos, deixou o pai na cidade natal. “Ele só chora e reza o tempo todo”, relata outra irmã, ainda quando tinham esperança de encontrar Marluce com vida.
Ainda não se sabe o que aconteceu após a saída de Marluce do hotel. “Desde o desaparecimento estamos em contato com a Polícia Civil de São Paulo”, diz o delegado André Roese, de Montenegro. Ele cita que foram enviadas as impressões papilares para confrontação visando o reconhecimento do corpo. “Fomos na casa dela aqui no Centro de Montenegro e continuamos em contato com a investigação de lá para ajudar no que for possível para elucidar o que ocorreu com ela”, completa o delegado Roese. Ele confirma que ela teria registrado que teriam hackeado suas redes sociais e email, mas não tinha nenhum registro de ameaça. Familiares dizem que teria pedido ajuda a um amigo advogado, por estar sendo ofendida e caluniada, além de dados vazados, mas não passou maiores detalhes. Chegou a registrar um boletim de ocorrência na Delegacia de Montenegro em 6 de março, dois dias antes do seu desaparecimento.
Quando o corpo foi encontrado no rio, já estava em adiantado estado de decomposição. Teria sinais de lesões, mas suspeita-se ser decorrente de se debater na água. Uma das irmãs diz que o laudo do IML deve ficar pronto entre 30 e 90 dias. “No atestado de óbito consta morte suspeita”, diz ela. A família e amigos seguem vivendo mais esta angústia e sofrimento, aguardando a elucidação sobre a causa da morte de Marluce. “Pedimos a todos muitas orações nesse momento de dor e consternação em novas vidas.
Precisamos enviar muita luz e paz para os caminhos de Marluce”, destaca a família Silva Fonseca, em postagem nas redes sociais, agradecendo a todos pelos gestos de solidariedade, compaixão e misericórdia.