Morre o tradicionalista Paixão Côrtes

Morreu na tarde desta segunda-feira, 27, um dos mais famosos representantes do tradicionalismo no Rio Grande do Sul.

Paixão Côrtes, estava internado na UTI do Hospital Ernesto Dornelles, em porto Alegre. Aos 91 anos de idade, ele se recuperava de complicações após uma cirurgia. O folclorista faleceu por volta das 16h . A causa da morte não foi informada pela instituição médica. Em julho ele sofreu uma queda e fraturou o fêmur de uma das pernas.

Paixão é um dos maiores nomes do tradicionalismo no Rio Grande do Sul. Ele serviu de modelo para a estátua do Laçador, monumento que homenageia o gaúcho na entrada da cidade de Porto Alegre.

Ex-aluno do Colégio União quando seu pai era diretor da Estação Experimental de Uruguaiana, foi ele que carinhosamente deu o apelido para o Colégio União de Baio Velho. Também estudou no Instituto Porto Alegre e no Colégio Estadual Júlio de Castilhos.

Paixão Côrtes é um personagem decisivo da cultura gaúcha e do movimento tradicionalista no Rio Grande do Sul, do qual foi um dos formuladores, juntamente com Luiz Carlos Barbosa Lessa e Glauco Saraiva.

Em 1948, organizou e fundou o CTG 35 e, em 1953, fundou o pioneiro Conjunto Folclórico Tropeiros da Tradição.

Saiba mais sobre os feitos de Paixão Côrtes

Em 1956, Inezita Barroso gravou as músicas tradicionais gaúchas Chimarrita-balão, Balaio, Maçanico e Quero-Mana, Tirana do Lenço, Rilo, Xote Sete Voltas, Xote Inglês, Xote Carreirinha, Havaneira Marcada, difundidas por Paixão Cortes e Barbosa Lessa.

Em 1958, Paixão Côrtes apresentou-se no Olympia de Paris, no palco da Universidade de Sorbonne, no Hotel de Ville, no Teatro Alhambra, além de clubes noturnos e cabarés. No mesmo ano foi convidado por Maurício Sirotsky para apresentar o programa Festança na querência na Rádio Gaúcha, que ficou no ar até 1967.

Em 1964, apresentou-se na Alemanha, na Feira Mundial de Transportes e Comunicação, na cidade de Munique. Recebeu ainda, no mesmo ano, o prêmio de Melhor Cantor Masculino de Folclore do Brasil.

Em 1986, apresentou-se durante um mês na Inglaterra, divulgando traduções de seus livros para o inglês.

Em 1992, a estátua do Laçador, do escultor Antônio Caringi, para a qual Paixão Cortes posou em 1954, foi escolhida como símbolo da cidade de Porto Alegre.

Em 2001 proferiu palestra sobre a música gaúcha no VII Encontro Nacional de Pesquisadores da MPB, realizado no Teatro da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).

Em 2010 foi escolhido patrono da 56ª Feira do Livro de Porto Alegre. Recebeu também a Ordem do Mérito Cultural.

O agrônomo

Paixão Côrtes foi responsável pela abertura de mercado da ovinocultura no Rio Grande do Sul. Foi ele quem trouxe da Europa novos métodos e tecnologias de tosquia, desossa e gastronomia, além de incentivar o consumo de carne ovina.

Começou a trabalhar na Secretaria da Agricultura aos 17 anos como classificador de lã

Em 40 anos de serviço, passou pelas Estações Experimentais de Pelotas, Santana do Livramento e nos Campos de Cima da Serra e em Porto Alegre, também como professor dos cursos de classificação de lã, ovinotecnista e, por fim, chefe do Serviço de Ovinotecnia.

Formado em 1949 em Agronomia, na UFRGS, Paixão Côrtes desenvolveu na Secretaria da Agricultura o trabalho de extensão no interior do Estado. Segundo ele, o fato de ser folclorista e “falar a mesma língua do homem do campo” facilitou a comunicação e a implantação de novas tecnologias.

O apresentador e/ou produtor de programas radiofônicos

1953 – Festa no Galpão

1955 – Grande Rodeio Coringa

1958 – Festança na Querência

O compositor

Jacaré

Ratoeira

Xote carreirinho

O ator

1971 – Um Certo Capitão Rodrigo, de Anselmo Duarte, baseado na obra do escritor gaúcho Érico Veríssimo, no papel de Pedro Terra.

A Paixão pelo Sport Club Internacional

Paixão Côrtes tem sua história de vida intimamente ligada ao Clube, pois seu pai foi jogador do Sport Club Internacional nos primeiros anos de sua fundação e posteriormente seus tios foram jogadores do Clube de futebol em destaque o primeiro goleador do Internacional Belarmino Carlos Leal D’Ávila.

Em 2009 foi nomeado cônsul cultural do Internacional

 

Fonte de pesquisa:Felipe Vieira

Foto:reprodução/internet

 

 

 

 

 

 

 

 

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