Moradores reclamam e Câmara discute solução para cavalos soltos nas ruas

animais na pista levam perigo aos condutores e ficam expostos

Não é de hoje o pedido da comunidade montenegrina para tomada de providências das autoridades para a constante movimentação de cavalos pelas vias públicas da cidade. O principal problema é a iminência de acidentes graves, muitos já presenciados por moradores da Avenida Júlio Renner, a Via II, por exemplo. O quilômetro 26 da ERS-124, no município, também é local onde frequentemente os animais de grande porte passeiam livremente. Em setembro deste ano o Ibiá chegou a noticiar a permanência de 10 cavalos no trecho. Edilson de Lima Gomes mora há um ano na Via II, tempo suficiente para ter presenciado acidentes e sustos em frente a sua casa, próximo ao posto Charrua. “Desde que eu me mudei para cá vi cavalos na rua, sempre o mesmo problema. Na semana passada tinham seis cavalos aqui e há pouco tempo teve um acidente na esquina com uma moto, o cara foi desviar do cavalo e o carro acabou batendo nele. É muito perigoso, porque o trânsito aqui é muito grande”, conta.

Segundo ele, durante as tardes a presença de cavalos pelo trecho é menos comum, mas após às 18h quase todos os dias existe a movimentação. “Animais são assim, do mesmo jeito que um cavalo está na calçada, pode se assustar e pular para a faixa, causando uma tragédia”, argumenta. O morador ainda salienta que pelo que observa, os proprietários dos animais os soltam para pastar nos terrenos baldios e eles acabam circulando livremente pelas vias.

Mesmo amarrados, alguns cavalos conseguem chegar até a rua, atrapalhando pedestres e motoristas

Vânia Hermínia de Oliveira mora próximo da Via II, área onde ocorre o problema. Ela afirma que o perigo é iminente. “Olha o tanto de acidentes que a gente ouve falar. Sempre têm cavalos aqui na via, não só soltos, mas amarrados ou com corda no pescoço vagando”, conta. Ela relembra que, além do alto risco de acidentes, os cavalos ainda fazem suas necessidades sempre por perto de casas, atrapalhando pedestres e moradores. “É um nojo, não pode isso. Aqui é o centro da Timbaúva. Também tem gente que tem medo, que não gosta. Lugar de cavalo é na chácara, não no meio da rua”, pontua.

Projeto de amparo aos voluntários
O vereador Talis Ferreira organizou uma reunião na Câmara de Vereadores nesta quinta-feira, 2, para apresentar às ONGs da causa animal de Montenegro um projeto de amparo aos voluntários que dedicam seu tempo para não só recuperação destes animais da rua, como também, muitas vezes, prestação de cuidados após maus-tratos ou abandono. Segundo o vereador, o projeto não tem custo algum ao município. Em documento, Talis propõe que todo equino encontrado solto nas vias e logradouros públicos da zona urbana e rural do município desacompanhado será recolhido por voluntários.

Vânia Hermínia de Oliveira mostra local onde sempre há circulação de cavalos soltos na Via II

Após, a ideia é que o dono tenha cinco dias para retirada do animal mediante a documentação e ainda, pagamento de custos utilizados pelo voluntário. Caso contrário, o voluntário se torna o novo dono do animal. “O dono aparece depois e quer levar o cavalo sem pagar absolutamente nada dos custos de transporte e medicação e acabam voltando buscar os animais para serem maltratados e soltos novamente”, destaca Talis. Ele explica que o que acontece na grande maioria das vezes é que o voluntário vai ao local, recolhe e cuida do cavalo e dias depois aparece o dono e quer o animal de volta sem nenhuma comprovação. “Hoje, a maioria dos cavalos que estão soltos na rua em boas condições é porque o proprietário acaba não cuidando. No momento que tiver uma lei regulamentando isso eu acho que eles vão ter maior cuidado com os animais para não os perderem”, argumenta.

Em frente às casas, equinos soltos circulam livremente

O vice-prefeito Cristiano Braatz esteve presente na reunião representando o executivo e apoia a proposta. “É um projeto muito importante e nós somos parceiros sim, para dar viabilidade técnica e jurídica para que ele funcione”, destaca. Claudete Eberhardt, presidente da ONG Cachorreiros e Gateiros afirma que a proposta é um presente, assim como Maria Luiza Kimura, presidente da Amoga.

“Este projeto para nós enquanto protetores vai dar respaldo para continuarmos nosso trabalho.” Além deles, representantes da Brigada Militar e Guarda Municipal também marcaram presença. Braatz destaca que o projeto deve entrar o mais rápido possível para votação. Por isso, hoje, dia 3, deve ocorrer a última reunião com ajustes. Talis afirma que pretende que a lei seja sancionada ainda neste ano.

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