Moradores pedem a volta de linhas de ônibus

Prefeitura diz que ônibus voltará primeiro no bairro Estação

Desde a pandemia, bairros como Imigração e Estação estão sem a circulação das linhas de ônibus. A ausência desse serviço essencial tem gerado dificuldades significativas para os moradores, especialmente idosos, crianças e trabalhadores.

Tamara Flores, moradora do bairro Imigração, relata que antes o ônibus passava próximo de sua casa, mas hoje idosos e crianças têm que ir até a rodovia BR-470 para pegar o transporte público. A situação se tornou ainda mais complicada para os moradores com mobilidade reduzida, que agora enfrentam longas caminhadas até a parada mais próxima.

Sem uso, paradas no bairro Estação estão cobertas pelo mato

Simone Cristina de Oliveira, 62, também moradora do Imigração, conta que a falta de ônibus no bairro existe há cerca de cinco anos. “Antigamente, quando não existia calçamento no bairro, o ônibus vinha até a Associação. Depois, ele começou a vir até a parada da esquina da rua São Leopoldo, acessando depois a rua que vai até a rodovia BR-470”, explica. No entanto, com a pandemia, o serviço foi completamente interrompido devido à baixa demanda de passageiros.

Hoje, quem precisa ir até o Centro tem que caminhar até a rodovia para pegar o ônibus, pagar por transporte por aplicativo ou ir a pé. “O que mais prejudica são as mães com crianças que precisam ir a consultas. Nossos médicos são no Posto de Saúde do Centenário, que começa a distribuir as fichas às 7h30. Uma pessoa idosa ou uma mãe com criança tem que sair daqui às 6h30 para estar lá no horário para ser atendido”, destaca Simone.

Ela afirma que com o aumento da população no bairro, a demanda por transporte público cresceu. “Agora, estamos com cerca de 100 moradores a mais, principalmente depois das enchentes. Vieram morar aqui de aluguel. Também está crescendo os condomínios no Porto dos Pereira. Seria importante que fosse reativado o ônibus”, conclui.

A falta de ônibus também é um problema no bairro Estação. A moradora June Joana Schiehll, 54, afirma que a promessa é que o transporte público volte a passar no bairro Estação assim que o asfalto estiver pronto. “Como as ruas do bairro estão cheias de buracos, a Viação Montenegro diz que não é possível acessar o bairro”, diz. Atualmente, a opção para os moradores do Estação é se deslocar até a ERS-124, onde existem linhas de ônibus. June relata que a parada de ônibus no local, apesar de recentemente arrumada, se torna intransitável em dias de chuva. “Eu fui descer sexta-feira passada e caí um tombo. Agora, quando chove, preciso fazer uma volta enorme para chegar até a parada”, lamenta June.

Simone mostra a parada que antes era usada para o transporte público e hoje serve apenas para abrigo do transporte escolar

Prefeitura garante manutenção da tarifa de ônibus e planeja retomada de linhas
Em resposta às dificuldades enfrentadas pelos moradores de bairros como Imigração e Estação, que ficaram sem linhas de ônibus desde a pandemia, a Prefeitura de Montenegro disse que está tomando medidas para reverter a situação. Em entrevista, o secretário Geral do Município, Vlademir Ramos de Gonzaga, explicou os avanços nas negociações com a VIMSA/Silas e os planos para a retomada de serviços essenciais.

Sobre os avanços nas negociações com a VIMSA, Gonzaga afirmou que houve progresso significativo. Ele explicou que está definida a retomada das linhas, com a primeira sendo a linha do bairro Estação, que também atenderá os bairros São Pedro e São Paulo. “Só não voltou ainda porque colocamos como condição terminar o asfalto do anel viário do bairro. E como atrasou um pouco devido às chuvas, este retorno também atrasou”, informou Gonzaga. Além disso, foi priorizada a retomada de uma linha de Serra Velha aos sábados. “Demais linhas, que por ventura sejam necessárias, vamos discutir com a empresa. Porque é inviável colocar linha para transportar meia dúzia de passageiros”, completou o secretário.

O secretário afirma que o valor de subsídio repassado pela Prefeitura à empresa de transporte tem como principal finalidade evitar o aumento da passagem. “Se não fosse esse subsídio os usuários estariam pagando R$ 6,35 por passagem. A Prefeitura está subsidiando a tarifa, o usuário paga R$ 4,80 e o complemento para a tarifa calculada em planilha de custos do transporte público é pago pela Prefeitura”, explicou Gonzaga.

Para garantir a precisão do subsídio, o secretário afirma que o Município contratou uma consultoria que avalia, calcula e audita o sistema todo mês. “O valor divulgado é apenas uma estimativa, pode ser mais e pode ser menos. Temos um projeto, inclusive, para reduzir esta tarifa. Com isso, trazer mais usuários para o sistema e, consequentemente, reduzir a despesa mensal da Prefeitura, pois quanto mais usuários, mais receita e menos aporte ao sistema”, disse o secretário.

A reportagem também entrou em contato com a VIMSA/Silas. Em resposta, a empresa disse que a prerrogativa de incrementar, diminuir ou alterar a oferta de serviços no transporte público de passageiros é do órgão gestor. No caso do perímetro municipal, essa responsabilidade fica a cargo da Prefeitura de Montenegro.

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