Em mutirão aos finais de semana, os cidadãos realizam a limpeza da área verde
Há cerca de um mês, moradores do Loteamento Via II, no bairro Senai, tentam frear as ocupações irregulares da área verde localizada na rua Pedro José Francisco, esquina com a João Corrêa. Boa parte do local é uma área de preservação devido ao Arroio São Miguel. Essa, porém, já foi desmatada para a construção de residências irregulares.
Outra área do mesmo terreno é destinada ao uso institucional, mas nunca recebeu melhorias (como a construção de uma praça, por exemplo). Em uma nova tentativa de se apropriarem do espaço e evitar que novos lotes sejam ocupados irregularmente, moradores do bairro se unem, agora, em mutirões. “Nós estamos nos organizando para dar o uso devido para essa área. Queremos tomar conta do que é nosso e não deixar brechas”, diz Izair de Pierri, morador do local há seis anos. Segundo ele, o objetivo é transofrmar o espaço em uma área de convivência. “Um espaço para o pessoal vir no fim de tarde tomar um chimarrão e também para as crianças terem onde brincar no bairro”.
Aos finais de semana, eles dedicam algumas horas para a limpeza da área institucional, retirada do lixo e roçada do mato. “Essa é uma área comum para a comunidade. Então, já que está sendo invadida, vamos limpar para a comunidade se apropriar”, afirma Dreique Andrei da Rocha Machado, morador do loteamento há sete anos. “Estamos limpando o mato mais rasteiro para que possamos enxergar o fundo da área verde. Também estamos tirando o lixo, porque vêm os carroceiros e, o que não serve pra eles, eles jogam aqui”, explica. Outra preocupação é em relação ao impacto que as ocupações podem ter na desvalorização do bairro.
“Nós estamos pagando R$ 110, 120 mil o terreno. Nossos terrenos vão desvalorizar e vai ter uma debandada de moradores do bairro”, afirma Dreique. O morador salienta que a comunidade espera que, com essa mobilização, haja apoio do poder público para dar um destino ao espaço, como a construção de uma área de convivência. “A gente quer conseguir mudas de árvores nativas para plantarmos na beira do arroio também”, comenta.