Moradores denunciam alagamentos causados por obras de empreendimentos imobiliários

Situação tem prejudicado quem reside nas ruas Luis Carlos Schneider e Uruguai

“A água corre feito uma cachoeira para dentro das nossas casas. Já perdi móveis, portas e a pintura do anexo que consegui construir com muito trabalho”, esse é o relato de Cristiano de Souza, 40, morador da rua Luis Carlos Schneider, no bairro Timbaúva. O problema iniciou após a obra de um muro de contenção de um grande empreendimento imobiliário que faz divisa com os fundos dos imóveis localizados na via.

Cristiano mora no local há 9 anos e conta que antes da obra nunca havia enfrentado problema de alagamento em sua residência. “Depois que veio esse empreendimento para cá começaram todos esses problemas. Eles fizeram um muro de contenção que é mais alto que os nossos terrenos e agora quando chove vem toda a água para dentro dos nossos pátios, porque não tem um sistema de drenagem eficiente”, afirma.

Alagamentos constantes já causaram diversos prejuízos aos moradores

A situação também se repete na casa de Paulo Giovani, 40, vizinho de Cristiano. Ele conta que em sua residência os alagamentos se tornaram frequentes. “Quando chove, entra água com barro em todo o nosso anexo nos fundos”, relata. Na casa de Evandro Alex da Silva, 44, a água invadiu o pátio e inundou a sua garagem durante o temporal da última semana, danificando um eletrodoméstico que estava no local. A moradora Ana Paula da Silva teve um prejuízo de R$ 900 na conta de luz após a água causar um curto circuito no motor do portão eletrônico. “Achamos que não tinha danificado, mas recebemos uma conta de luz de R$ 900. Foi então que descobrimos que a água tinha afetado o portão, deixando ele em funcionamento contínuo”, pontua.

Sem uma solução para o problema, após diversos contatos com a empresa responsável pela obra e com a Prefeitura, alguns moradores decidiram recorrer à Justiça para ter seus direitos garantidos. Cristiano conta que contratou um engenheiro civil para fazer um laudo da sua residência e agora busca ressarcimento pelos prejuízos. “Já entramos em contato com a empresa e a Prefeitura há mais de ano e só falam que vão resolver, mas até agora nada. Só estamos acumulando os prejuízos. Por isso, fui obrigado a entrar na Justiça em busca dos meus direitos”, conclui.

Água escoa pelo muro do empreendimento, alagando terrenos vizinhos

Moradores da rua Uruguai também relatam problema
Na rua Uruguai, no bairro Porto dos Pereira, moradores também reclamam de alagamentos, que iniciaram após a aberturas de ruas de um grande loteamento no local. Leandro Müller, 43, conta que o problema começou há cerca de seis meses. “Eles abriram as ruas do loteamento e colocaram os canos, mas não tem a drenagem e essa água acaba caindo toda nas nossas casas”, comenta.

Segundo ele, a situação alterou a sua rotina e dos vizinhos, que são obrigados a retirar seus veículos do local cada vez que chove. “Estou com o meu carro com os dois para-choques quebrados. Tenho que ficar atento, porque se o tempo começa a mudar, já tenho que tirar os carros para a estrada, porque se a água começar a descer não conseguimos mais sair de casa”, afirma. Ele relata que alguns moradores têm sofrido com alagamentos em suas casas em razão da grande vazão de água que acaba escoando em direção as residências. “Moro aqui há sete anos e nunca tinha acontecido isso antes. Já entramos em contato com o pessoal do loteamento, mas nada de solução”, finaliza.

A reportagem entrou em contato com a JBFP Urbanizações, responsável pelas obras no loteamento. Segundo a empresa, a situação está sendo gerada devido ao clima atípico, que vem assolando o município com enchentes, alagamentos e fortes temporais. “Sofremos também com a intensa  precipitação de chuvas, o que nos causou transtornos na obra, ainda em andamento, que segue  diretrizes dentro do projeto aprovado para execução. Estamos atentos e seguindo as orientações em conjunto das secretarias do Município e atenuando  ao máximo os problemas ocasionados por chuvas em excesso”, disse a empresa.

Moradores relatam aumento do volume de água em direção as suas residências

O que dizem Prefeitura e empresa
Procurada pela reportagem, a empresa ALM Engenharia, responsável pelas obras do condomínio, afirmou que a origem do problema está na rede de esgoto do Município, que passa em frente ao empreendimento, na rua Hans Varelmann. Uma obra estaria prevista para o local, mas não foi realizada pela Prefeitura. “A rede de esgoto do Município, que passa em frente ao empreendimento, está um metro acima da nossa rede. Hoje estamos tirando essa água para uma rua lateral, parcialmente, mas quando chove é muita água e não dá conta de escoar toda”, disse a empresa.

Sobre o problema de alagamento no pátio dos moradores vizinhos, a empresa afirma que uma equipe está trabalhando junto ao muro para fazer uma linha de caixas com o objetivo de absorver a água. “Nós vamos fazer cinco caixas de coleta da água. Então essas cinco caixas vão coletar para uma tubulação que vai sair em uma caixa lateral, porque hoje para frente do logradouro onde está o empreendimento não sai nada, em razão da Prefeitura não ter feito a obra necessária”, conclui a empresa.

Já a Prefeitura informou que a Diretoria de Fiscalização de Obras e Posturas já notificou a construtora para apresentar os projetos relativos aos trabalhos de drenagem e seus responsáveis técnicos. Segundo o secretário de Obras do Município, Edson Machado, a empresa informou que as obras encontram-se em andamento e, após a conclusão, o problema será resolvido. Questionado sobre a obra na rede de esgoto, o secretário informou que não há nenhuma solicitação por parte da empresa para adequação da rede.

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