Moradores de Porto Garibaldi enfrentam dificuldades para receber Auxílio

Cerca de 110 famílias ainda esperam para receber o benefício na localidade

Moradores da localidade de Porto Garibaldi, que sofreram com as enchentes devastadoras deste ano, estão enfrentando obstáculos para o recebimento do Auxílio Reconstrução do Governo Federal. Desde maio, famílias afetadas pela tragédia climática aguardam a liberação do benefício para sua recuperação, mas a situação permanece complicada.

Cleber Pires Goulart, líder comunitário da região, relatou a situação crítica enfrentada pelos cidadãos. “Ficamos com mais de sessenta dias aguardando análise. Após a Caravana dos Direitos, da Defensoria Pública da União (DPU), atender a população, apenas cerca de 20 famílias receberam o auxílio, enquanto o restante teve seu pedido negado. A Prefeitura então reabriu o processo, mas, na última semana, todos os pedidos entraram em pendência novamente”, explicou Goulart.

Atualmente, Porto Garibaldi conta com 135 famílias diretamente impactadas pelas enchentes. Apenas 28 delas conseguiram receber o auxílio até o momento, deixando mais de 100 famílias sem o benefício prometido. “Já estamos em setembro, e as famílias ainda não receberam o auxílio. A Prefeitura, através da Secretaria de Habitação, tem se esforçado para ajudar, mas a situação continua complicada”, acrescentou o líder comunitário.

Para tentar resolver o problema, a Prefeitura lançou uma nova ação na última terça-feira, ajudando a comunidade a atualizar as pendências no sistema Gov.br. “Uma das pendências era o lançamento do código da instalação de energia elétrica, o que tem ajudado a acelerar o processo”, afirmou Goulart.

O Auxílio Reconstrução, no valor de R$ 5.100,00, é fundamental para que os moradores de Porto Garibaldi possam reestruturar suas vidas e adquirir os móveis e itens básicos que ainda não conseguiram comprar devido à situação emergencial. Muitos continuam vivendo em condições improvisadas, evidenciando a urgência e importância do benefício.

Cleber ressaltou que, como as residências não possuem numeração, o cadastro foi realizado com base no código da conta de luz, o que pode ter contribuído para as dificuldades encontradas. O caso de Porto Garibaldi é semelhante ao que acontece na localidade de Pesqueiro, que também foi tema de reportagem do Ibiá na última semana. “Estamos em uma situação muito difícil, e cada dia sem o auxílio é um desafio a mais para essas famílias que precisam desesperadamente de ajuda”, concluiu Cléber.

O que diz a Prefeitura
A reportagem do Ibiá fez contato com o secretário Municipal de Desenvolvimento Social, Cidadania e Habitação, José Vitor Cardoso para esclarecer a situação. Cardoso informou que as recentes mudanças nos critérios de análise por parte do Governo Federal foram determinantes para as rejeições observadas. “O Governo Federal alterou os critérios de análise, inaugurando uma aba para sanar pendências no sistema do Auxílio Reconstrução. Agora, além da base de dados do Dataprev/CadÚnico, o governo está fazendo cruzamento de dados com as concessionárias de energia elétrica e água”, explica.

O secretário orienta que aqueles que tiveram seus cadastros reprovados procurem a Secretaria até o dia 15 de setembro para solicitar um novo cadastro. “Quem consta como pendência também deve procurar o setor, munido de conta de energia elétrica e documento de identificação do beneficiário e familiares”, acrescenta. Cardoso também frisou que, embora os cadastros sejam realizados pelo município, a análise final é de responsabilidade do Governo Federal.

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