Montenegro vacinou 57,15% das crianças contra paralisia

Três dias. Serviço é oferecido pelo Município, mas a responsabilidade é dos pais

Um quadro de retorno da paralisia infantil em todo o Brasil liga o alerta das autoridades em saúde. A Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite e de Multivacinação encerra nesta sexta-feira, dia 30; após ter sido prorrogada pelo Ministério da Saúde por conta da baixa adesão. E faltando apenas três dias, Montenegro registra baixa atitude dos pais em levar os filhos, repetindo um cenário nacional de negação à eficácia da vacina e dentro do percentual observado no Rio Grande do Sul, de 57% do público-alvo.

“Isso é um direito das crianças e um dever dos pais”, ressalta o secretário de Saúde de Montenegro, Rodrigo Streb. Ele lamenta o baixo percentual de imunizações contra a Poliomielite, mesmo com toda a mobilização da equipe em dias extraordinários, com cinco unidades móveis e 20 profissionais. No último Dia D, sábado, 24, com todos os postos abertos, foram aplicadas apenas 92 vacinas.

Segundo a chefe do setor de Imunizações, Nicole Ternes, o público estimado pelo Governo do Estado é de 3.482 crianças com faixa etária de 1 ano a menor de 5 anos. “Destas, até o momento, 1.990 foram imunizadas com a dose de campanha”, revela. O número representa 57,15% do grupo.

O Ministério da Saúde não fará nova prorrogação da Campanha. E antes do fim do prazo, a Secretaria de Montenegro realiza um esforço concentrado de busca ativa. “Estamos indo em todas as escolas de Educação Infantil verificando caderneta e aplicando nas crianças, na presença dos responsáveis”, informa.

Os postos com Sala de Vacina (Centro, Germano Henke, Industrial e na Secretaria de Saúde) continuam aplicando as vacinas, inclusive do calendário básico de vacinação (crianças e adolescentes de zero a menores de 15 anos). O secretário recorda das gerações que hoje são os adultos e que receberam gotinhas contra a paralisia sem nunca ter problemas decorrentes. “É lamentável! Na Saúde a gente é cobrado e cobrado; mas as pessoas não vacinam mais, e depois ficam doentes”, desabafa Streb.

Cidades da Região têm melhores resultados
Na região os números são um pouco mais animadores; sendo que em Maratá a expectativa de público alvo foi até ultrapassada. “Nossa meta seria 94 crianças e vacinamos 104; porque vieram de outras cidades”, explicou a secretária Claudia Röder. Moradoras de fato ainda faltam cinco crianças, que serão procuradas pela “busca ativa”.

Brochier também já ultrapassou os 100%; meta atingida com busca ativa por meio da equipe de enfermagem, abordando pacientes no posto de saúde e visitando as famílias. “Brochier tinha a meta de 181 crianças em idade vacinal para Polio, mas já realizou 189 aplicações”, informou a secretária da Saúde e Assistência Social, Mônica Kerber Neis.

São José do Sul tem ainda um déficit para sanar nestes três dias restantes. A cidade vacinou 87 das 109 crianças estimadas. Enquanto a faixa etária de um ano superou em 10 aplicações (estimadas 16, aplicadas 26) há uma lacuna entre as faixas de 2 a 4 anos.

Em Pareci Novo, foram vacinadas 182 crianças, sendo que eram estimadas 158. Deste número, 59 aplicações ocorreram na faixa etária de um ano, 43, em crianças de dois anos, 43 nas de três e 37, nas de quatro anos.

Estado e País
Na última semana, o Rio Grande do Sul havia imunizado 328.991 crianças, o que representa algo em torno de 57% do público-alvo de 553.814. Entre os 497 municípios gaúchos, 209 cumpriram a meta. Mas, através de sua assessoria, a Secretaria de Saúde do Estado lembra que a vacinação continuará depois, pois a prevenção à Poliomielite está no calendário de rotina SUS. No Brasil, até o último sábado, 6 milhões de doses haviam sido aplicadas, o que representa pouco mais de 52% das 14,3 milhões de crianças menores de 5 anos.

Últimas Notícias

Destaques