Jogo de cartas. Leonardo Silveira e William Richter querem reunir praticantes da cidade com torneios na sede
Estratégia, paciência, frieza e sorte. Esses são apenas alguns aspectos necessários para jogar poker, esporte que vem crescendo cada vez mais em Montenegro. Vários torneios já foram realizados na cidade e muitos grupos se reúnem para praticar o jogo de cartas mais popular do mundo. Porém, a partir de setembro, o município terá um lugar próprio para a disputa dos campeonatos. No dia 9 do próximo mês, será inaugurado o Clube de Poker Four Kings.
As obras estão adiantadas no local que receberá os fãs do esporte e os novos praticantes. Um dos principais responsáveis pela criação da associação é Leonardo Silveira, 34 anos, montenegrino que joga poker desde 2007 e, recentemente, em julho, conquistou o POA500, maior evento da modalidade do Estado. “Tudo que aprendi no poker, coloco em prática na vida profissional”, ressalta o jogador, que é um dos agentes do Brasil Poker Live (BPL).
Assim como grande maioria dos praticantes, Leonardo começou a jogar poker como um hobby, junto com os amigos e também pela internet. Agora, não faz do esporte seu ganha-pão, mas leva o jogo bem mais a sério e participa de todas as etapas do Campeonato Gaúcho de Poker. “Um dia estava com uns amigos e fiquei vendo eles jogarem. Aí me interessei e fui para a mesa. Comecei de brincadeira, com fichas fictícias”, relembra.
O objetivo de Leonardo, com o clube de poker em Montenegro, é reunir os jogadores da cidade e incentivar quem se interessa pelo esporte. “Tem muita gente que joga no município e muitos que têm vontade de jogar. A ideia é expandir o jogo e fazer esse pessoal evoluir, torná-los melhores e mais competitivos. É um local feito para que possamos ensinar o poker. Sempre teremos o ‘dealer’ (responsável pela organização da mesa e por dar as cartas aos jogadores”, frisa.
Com 11 anos de experiência no jogo de cartas, Leonardo afirma que as mulheres tendem a se dar bem no esporte e revela algumas de suas táticas. “O poker demanda muita frieza e paciência. Já cheguei a ficar 12 horas em uma mesa jogando um torneio. A mulher é muito mais estrategista e paciente que o homem. O segredo não é ganhar fichas, e sim evitar perdê-las. Sempre analiso a posição na mesa e considero as duas primeiras rodadas para observar os adversários”, declara.
Nascido em Porto Alegre, mas morando atualmente em Montenegro, o também jogador William Richter, 38 anos, tem sido fundamental para a criação do Clube de Poker Four Kings. Ele tem trabalhado incansavelmente na obra do local para deixar tudo pronto até o dia da inauguração. “Jogo há quatro anos. Também comecei jogando ‘home game’ (em casa, com os amigos) e agora participo de competições”, relata William, campeão do primeiro torneio de poker realizado em Montenegro, em 2016.
Socialização e divertimento
A prática do poker pode envolver dinheiro real ou não, vai do desejo de cada jogador. No caso de Eduardo Vercelhese, o Da Páscoa, e sua turma de amigos, o divertimento vem em primeiro lugar. “Assim que aprendi a jogar, há seis anos, passei a convidar amigos e ensiná-los a jogar, aí foi abrindo um leque. Um amigo convida outro e assim foi criado o grupo. Jogamos semanalmente, temos 16 que jogam direto. É um jogo que contribui com a socialização, nos divertimos bastante. Apostamos um valor baixo, mais para brincar do que para levar a sério”, salienta.
Como sempre gostou de jogos, Da Páscoa logo se interessou pelo poker assim que ficou sabendo do esporte. “Me chamou atenção pela maneira de como é jogado. As regras são fáceis, a jogabilidade vai complicando, mas com o tempo a gente vai aprendendo. O poker ajuda muito para tudo, com a questão das probabilidades, a psicologia, a matemática que envolve. Eu pratico pelo lazer, é um jogo que não encaro profissionalmente”, frisa.
Mesmo que trate o poker como um hobby, Da Páscoa almeja sempre evoluir no esporte. “A gente busca sempre melhorar o nosso jogo, nosso conhecimento. É uma turma, são amigos como um grupo de futebol. É um esporte que trabalha a emoção a todo o momento, porque a cada duas cartas você tem uma sobrevida, tudo pode acontecer. O lance das fichas, de apostar, me instiga muito”, diz.
“Desconheço um jogo de cartas tão legal, que tenha tanta emoção e que possa existir tanta interação e brincadeira entre os jogadores, como o poker”, completa Da Páscoa.