A Secretaria da Saúde (SES) selecionou os municípios onde iniciará a aplicação de novas estratégias no combate à Dengue e a outras arboviroses no Rio Grande do Sul. Montenegro está na lista daqueles que receberão o ‘Ovitrampas’, que são armadilhas que monitoram a presença do Aedes aegyti em regiões determinadas, afim de mapear as áreas de maior risco onde os agentes de Endemias deverão intensificar ações de prevenção. Para atrair a fêmea do mosquito é usado levedo de cerveja.
O assunto foi tratado na última terça-feira, dia 18, em reunião entre a pasta e representantes do Conselho das Secretarias Municipais de Saúde (Cosems/RS), com o Ministério da Saúde. Outra ferramenta disponibilizada é a Borrifação Residual Intradomiciliar (BRI-Aedes),que trata-se da aplicação de inseticida com efeito residual dentro dos domicílios ou de locais que podem ser considerados estratégicos ou de maior risco. Essa estratégia é complementar às medidas de controle da proliferação do Aedes aegypti.
A chefa da Vigilância em Saúde de Montenegro, Beatriz Regina Garcia, declarou que ainda é cedo para falar a respeito do projeto, pois a equipe precisará primeiro receber capacitação. O município já havia usado um sistema de armadilhas para detectar a presença do inseto, mas que, segundo Beatriz, não mais se justificam desde que o município passou a ser considerado infestado pelo Aedes aegypti. Inclusive, este sistema já havia sido desativado há alguns anos.
“Uma vez decretado a infestação, tornou-se desnecessário o trabalho nas armadilhas… que serviam para a fêmea depositar seus ovos”, explica. Essas armadilhas eram feitas de pneus com água, e semanalmente eram coletadas e examinadas as larvas para definir o tipo de mosquito que estava se criando no bairro. Beatriz salienta que, enquanto não acontece o treinamento e são enviadas as Ovitrampas, segue o trabalho dentro do projeto Montenegro Contra Dengue, com visitas diárias dos agentes de Endemias e mutirões de limpeza nas comunidades; que inclusive nesta manhã de quinta-feira, dia 20, está no bairro Panorama.
Todo o Estado está em risco
Até esta semana e 2022, o Rio Grande do Sul havia registrado 65.290 casos confirmados de Dengue e 66 óbitos provocados pela doença. Essa é a maior incidência da série histórica desde 2011, quando começou o levantamento. De acordo com a secretária da Saúde, Arita Bergmann, o número de casos aumentou “assustadoramente”.
Do ano passado, período que já havia registrado recorde de casos confirmados da doença, para este ano, verifica-se uma incidência 7,5 vezes maior. Dos 497 municípios gaúchos, foi constatada a presença do mosquito Aedes aegypti – causador ainda de Zika e Chikungunya – em 453. Essa realidade reforça a postura de protagonismo de cada cidadão nesta guerra contra a doença.
Números de setembro
Este é um mês com pouca circulação da doença. Em 2021, o estado registrou quatro casos em setembro; mas em 2022, foram 51. Isso aponta para tendência de grande pico no período deste Verão