Montenegro registrou 698 trabalhadores demitidos em abril

Dados do Ministério da Economia mostram impacto da crise gerada pela pandemia do coronavírus

Mês que começou com empresas fechadas e redução de consumo e circulação de pessoas como medida de contenção ao coronavírus, abril foi marcado por muitas demissões e poucas contratações em Montenegro. Foram 698 demitidos contra 362 contratados no período. O saldo da geração de empregos do Município ficou em 336 no negativo, situação que não se via há anos.

Esses números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério da Economia foram divulgados na semana passada pela primeira vez em 2020. A divulgação costumava ser mensal, mas, já por causa da pandemia, que atrasou o envio de informações das empresas, só saiu agora, com as informações de janeiro a abril. Servem para evidenciar o quanto a Economia vinha apresentando bons indicadores de desenvolvimento até meados de março; e o quanto, desde então, a Covid-19 vem afetando a área.

SEGMENTOS IMPACTADOS


Em abril, o setor de Prestação de Serviços foi o que mais demitiu em Montenegro, com 286 demissões e só 93 admissões. Em termo de contratações, os serviços de saúde foram um pouco mais fortes do lado positivo, onde a demanda acabou crescendo no momento atual. Já as demissões pesaram, especialmente, nos trabalhadores que realizavam atividades administrativas dentro das empresas.

A diferença é grande, também, na Construção Civil, que demitiu 91 trabalhadores, com a contratação de apenas 15 no período. O segmento desacelerou com o decreto de proibição das obras por alguns dias no final de março, e ainda vem ensaiando uma recuperação.

Não alheio ao impacto, há diferença considerável no Comércio da cidade, que fechou 151 vagas de trabalho em abril, ao passo que contratou só 74. Essas contratações estão atreladas diretamente ao comércio essencial – mercados e farmácias – que seguiram vendendo e, impulsionados pela obrigação de afastar colaboradores dos grupos de risco, acabaram contratando. Os demais estabelecimentos comerciais, como os de vestuário, materiais de construção e afins, vêm sentindo impactos negativos, primeiro, por terem estado fechados e, então, pela redução nas vendas.

Seguindo no levantamento por segmento, a Agropecuária demitiu 7 e contratou 13 pessoas, ficando no positivo, apesar do pouco impacto do indicador em termo de contratações dentro do Município.

Quem apresentou dados mais equilibrados foi a Indústria. Demitindo 163, mas admitindo 167, ficou com uma diferença positiva, ainda que baixa. As empresas industrias foram as únicas que, sem exceção, não tinham restrições ao funcionamento, nem ao limite de funcionários em abril; mesmo que, apenas por orientações dos órgãos de Saúde, eram incentivadas a afastar colaboradores com problemas de saúde. Desde o início de maio, quando entrou o sistema de Distanciamento por bandeiras, sim, há um limite de trabalhadores que, hoje, é de 75% nas atividades em geral. Entidades empresariais já se posicionaram contrárias a essas novas regras, apontando que elas podem ser o caminho para ainda mais demissões na sequência.

E há um receio geral para os meses futuros. É que muita empresa ainda não demitiu funcionários, entrando no sistema de suspensão de contrato ou redução de jornada autorizado pelo governo federal justamente para manter as vagas no início crise. Só que fechando o período de benefício e não havendo novas medidas, tendem a ocorrer novas demissões se a Economia não reaquecer. Segundo o Ministério da Economia, mais de 352 mil gaúchos estão nessa suspensão no momento, recebendo uma compensação de salário do governo. Mas isso vale só por 60 dias a partir da data de adesão.

Saldo geral, mês a mês, mostra que ano apontava para crescimento no Município

  • JANEIRO – 37
  • FEVEREIRO +59
  • MARÇO +35
  • ABRIL – 336
  • Com saldo negativo, acumulado do ano, no quadrimestre, é de 279 postos de trabalho fechados

 


 

Campanha mostra como todos podem auxiliar a reverter os índices
Sou Daqui, Compro Aqui. A campanha organizada pela ACI, Sindilojas, CDL, Jornal Ibiá e Prefeitura nasceu com o intuito de apoiar os empreendedores da cidade no momento atual, em que os indicadores mostram uma situação negativa. Nessa primeira etapa, já em prática há algumas semanas, os organizadores estão sensibilizando a comunidade, através de materiais publicitários, sobre a importância de apoiar as empresas locais.

“Isso fica evidente quando paramos para olhar os números do emprego”, comenta a diretora do Jornal Ibiá, Maria Luiza Szulczewski. “São as empresas da cidade que empregam as pessoas da cidade. Comprar e contratar serviços que são daqui, e não de fora, é garantir o trabalho para muita gente, especialmente neste momento delicado que todos estamos enfrentando.”

Nos próximos passos, o projeto organiza a disponibilização de um aplicativo, que vai oferecer benefícios extras a quem consumir nas lojas da cidade; e que terá os detalhes divulgados nos próximos dias. Previstos, mais para frente, ainda estão capacitações aos empresários em temas como gestão financeira e ferramentas de venda pela internet, pensadas como apoios específicos para o enfrentamento da crise.

“A campanha vem em um bom momento e estamos trabalhando para que cada vez mais empreendedores se apropriem dela e participem”, coloca a secretária municipal de Indústria e Comércio de Montenegro, Cristiane Gehrke. “O comprar aqui e o contratar serviços daqui significam a manutenção de empregos, a geração de renda e a criação de novos empregos. É vital que as pessoas despertem esse sentimento de pertencimento à cidade.”

LEIA MAIS SOBRE O PROJETO:

 


 

Veja os números da região:

 

Últimas Notícias

Destaques