Montenegrinos estão consumindo mais água

Média mensal registrada em 2017, pela Corsan, revela crescimento de 5,35%. Gerente recomenda o uso racional

Piscinas, banhos mais frequentes, bem como necessidade maior de beber água impactam no aumento da demanda durante os meses mais quentes do ano. A média de consumo ao longo do ano, porém, indica que esse crescimento não se limita ao período do verão. Conforme dados fornecidos pela Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan), em Montenegro, o consumo de água aumentou em 5,35% no ano passado em relação ao anterior.
Em 2016, a média do consumo mensal era de 224 mil metros cúbicos ao mês, enquanto que, em 2017, chegou a 236 mil metros cúbicos. Na avaliação do gerente da companhia no município, Lutero Fracasso, ele menciona fatores como o crescimento vegetativo da população, em torno de 2,5% ao ano, e a influência da crise hídrica em São Paulo, em 2016.

Lutero acredita que a ampla divulgação pela mídia nacional gerou receio na população de enfrentar o mesmo problema, motivando as pessoas a refletirem mais sobre o consumo consciente da água no ano retrasado. No seu entendimento, essa preocupação influenciou na redução do consumo em 2016, em relação ao ano seguinte. “Estamos avançando (nessa conscientização), no entanto, temos um longo caminho para chegarmos a uma situação adequada”, acrescenta Lutero.

Na comparação entre os meses de dezembro de 2016 e de 2017, percebe-se um crescimento ainda maior, chegando a 12,8%. Lutero, no entanto, pondera que no comparativo entre um mês e outro devem ser considerados aspectos pontuais, como maior volume de chuvas ou de dias com falta de energia elétrica, fatores que impactam no consumo sem a interferência do usuário. Por isso, a média anual proporciona um cenário mais real da situação.

O gerente da Corsan descarta riscos de falta ou racionamento de água em Montenegro. Embora o nível do Rio Caí possa baixar nessa época, ele diz que não há problemas, pois o sistema da Corsan tem capacidade de aumentar a vazão, evitando reflexo na Estação de Tratamento de Água (ETA).

“Embora tenhamos segurança no abastecimento da cidade de Montenegro, nunca é demais tratarmos a água com respeito”, observa Lutero. “É de fundamental importância preservarmos nossos mananciais, pois a água é um bem natural finito e sua manutenção depende da consciência ambiental do ser humano.”

Saiba Mais
Uma pessoa é capaz de viver até um mês sem comer, mas não resiste a três dias sem água. E ela está por toda parte. Nosso corpo é formado por quase 70% de água. A mesma proporção da superfície de nosso planeta é coberta por oceanos, lagos e rios. No entanto, apenas 2% das reservas são de água doce. E a quantidade potável e disponível para matar a sede é ainda menor, não chega a 1% do total.
A água doce também é imprescindível para a nossa higiene, para a indústria e, principalmente, para a agricultura.
Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), cada pessoa necessita de 110 litros de água por dia para atender suas necessidades básicas de consumo. Os brasileiros consomem mais que a média, cerca de 150 litros.
Fonte: Manual de boas práticas ambientais, publicado pelo Senado

Economize
– No Brasil, cerca de 40% da água destinada à população das cidades é desperdiçada.
– Em casa, mudanças de hábito podem reduzir o gasto, ajudando não apenas no valor da conta, mas também o meio ambiente.
– Aproximadamente 75% da água consumida numa casa é gasta no banheiro, e diminuir o tempo no banho é fundamental para o uso racional dos recursos hídricos.
– Em um banho de 15 minutos, são gastos 240 litros de água em apartamentos e 135 litros em casas, já que a pressão da rede é maior em apartamentos. Cinco minutos são suficientes e o registro deve ser fechado na hora de lavar o cabelo e se ensaboar.
– Descuidos comuns, como escovar os dentes, fazer a barba ou lavar o rosto com a torneira aberta custam caro: em apartamentos, 80 litros de água são desperdiçados em cinco minutos – 12 litros em casas. Portanto, feche a torneira durante a escovação. Outra dica é usar um copo de água para o enxágue. Dessa forma, são poupados 79 litros de água em apartamentos, no caso de três escovações por dia.
– A descarga de vasos sanitários com a caixa acoplada gasta cerca de 12 litros. Só utilize a descarga quando necessário, não jogue lixo dentro do vaso e também se certifique de que a válvula está funcionando bem, pois o desperdício que ela gera quando quebrada pode chegar a 30 litros de água.
– Na cozinha, enquanto as louças são lavadas, a torneira também deve ficar fechada. Dessa forma, em 15 minutos, só serão gastos 20 litros de água, contra 240 litros com a torneira aberta.
– Lavando as louças com uma bacia ou abrindo o registro somente para enxaguar, o uso da água pode se resumir a cinco minutos, economizando 160 litros.
– A lavadora, para auxiliar na economia, só deve ser ligada quando estiver cheia. Máquinas com capacidade para 40 talheres e 45 utensílios gastam 40 litros.
– Na limpeza da casa, o ideal é que quintais e varandas não sejam lavados, apenas varridos. Caso haja a necessidade de lavar a área, a água utilizada na lavagem de roupas pode ser reutilizada.
– Fique atento ainda à manutenção da casa, como vazamentos e goteiras, que podem desperdiçar até 46 litros de água por dia – se a água estiver fluindo, são 180 a 720 litros diários.
– Em um ano, uma torneira desgastada, que não fecha completamente e fica pingando, gasta o equivalente a 64 mil copos de água.
Fonte: www.brasil.gov.br

Bom exemplo passado de mãe para filha

Marilei aprendeu a economizar água desde a infância, com a mãe, Célia. Ambas sabem que é preciso preservar

Em sua residência, no bairro Santa Rita, a dona de casa Marilei Dörr, 28 anos, costuma aproveitar a água da chuva para regar o jardim e fazer limpeza. Ela coloca baldes para captar a água que desce pela calha do telhado, durante as chuvas, para usá-la em dias ensolarados como ontem, quando aproveitava a sombra das árvore em um amplo gramado verde. “Hoje terminei a água que tinha nos baldes, uso para aguar as plantas, lavar a casa, a calçada”, afirma.

Economizar a água é uma rotina desde a infância. Marilei aprendeu com a mãe, Célia Hummes Dörr, 72 anos, que também mora no bairro Santa Rita. “Em casa, tenho duas caixas d’água com água da chuva que uso para quase tudo”, afirma Célia. Ela acrescenta que toma cuidado de manter os reservatórios fechados para evitar mosquitos. “Eu me orgulho do que eu faço, porque tem que economizar água mesmo”, frisa. Célia salienta que é preciso preservar os recursos hídricos para evitar a falta de água no futuro. Além disso, ambas observam o aspecto financeiro, pois assim a conta de água pesará menos no bolso.

Com essa consciência, mãe e filha tomam outros cuidados, como evitar desperdício de água durante o banho. E Marilei faz o mesmo que sua mãe fazia. Na hora em que seus filhos estão embaixo do chuveiro, alerta-os para que não demorem. Elas acrescentam que, para escovar os dentes e e lavar a louça, a torneira é aberta somente no momento necessário.

Últimas Notícias

Destaques