Montenegrinos concordam com “árbitro de vídeo”

Tecnologia. Recurso inovador é bem-visto por bandeirinha, atletas e treinadores da cidade

Gustavo Hoffmeister é totalmente a favor do recurso

O uso do árbitro de vídeo em jogos de futebol torna os resultados mais justos ou tira a essência do esporte e a importância da decisão dos árbitros? Os montenegrinos envolvidos com o esporte mais popular do mundo apoiam em massa o uso desta tecnologia no país. O recurso foi testado pela primeira vez no Brasil recentemente, no primeiro jogo da final do Campeonato Pernambucano, entre Sport e Salgueiro.
A Comissão de Arbitragem da CBF e da Escola Nacional de Arbitragem de Futebol (ENAF) apoiam o projeto que vem sendo desenvolvido no Brasil há um ano. Contudo, o árbitro de vídeo não poderá interferir em todas as dúvidas que possam surgir durante os 90 minutos. A ideia inicial é que sejam analisados apenas os lances com mais gravidade, como penalidade máxima, dúvidas em lances de gol, cartões vermelhos e erros na identificação de atletas punidos.

Da Páscoa também aprova o uso do árbitro de vídeo no esporte

O sistema de aplicação do árbitro de vídeo seguirá o protocolo aprovado pela Associação Internacional de Futebol (Ifab), entidade que orienta os testes com árbitro de vídeo em 13 países: Alemanha, Austrália, Bélgica, Brasil, Coréia do Sul, Estados Unidos, França, Holanda, Itália, Portugal, Qatar, República Tcheca e Turquia. A Federação Internacional de Futebol (Fifa) também testa a tecnologia para aplicá-la na Copa do Mundo da Rússia, em 2018.
O novo sistema para diminuir os erros de arbitragem que está chegando aos poucos no Brasil tem aceitação maciça em Montenegro. Técnico e um dos coordenadores do Fera, Eduardo Vercelhese, o Da Páscoa, é um torcedor e, acima de tudo, um apaixonado por futebol. Ele acredita que o uso do árbitro de vídeo nos jogos faz parte do progresso do esporte. “A evolução está muito rápida. Se existe o recurso, tem que aproveitar. Se é para qualificar, acho muito bom ter”, frisa.
A favor da utilização da novidade, Da Páscoa ressalta que os erros que prejudicam uns e beneficiam outros terminariam. “Os investimentos de algumas equipes são muito grandes para perder um campeonato por um erro de arbitragem. A tecnologia está aí e tem que ser usada. Acaba com a polêmica dos ‘árbitros comprados’ e com injustiças que acontecem até com os próprios árbitros. Tira um pouco do brilho, mas fica mais justo para todos os lados”, enfatiza.
Outro apaixonado por futebol é Gustavo Hoffmeister, coordenador e técnico do Olé. Para ele, o Brasil é o país ideal para receber este tipo de recurso, já que os árbitros não são profissionais. “Sou totalmente a favor, se for bem utilizado, é claro. Em 2016, foi usado no Mundial de Clubes e não deu certo. Com essa tecnologia, acredito que as os erros vão diminuir e as injustiças vão acabar. Ainda mais aqui no Brasil, que os árbitros não são preparados. Praticamente em todos os jogos têm erros”, acrescenta.

Recurso chega para somar, dizem atletas
Treinador do Fera, Júlio César Machado também atua dentro de campo na cidade. Além de jogar no futebol sete do Cantegril e do Grêmio Gaúcho, ele defende outras equipes da região em campeonatos. Para ele, o árbitro de vídeo tem contras, mas os prós são maiores. “Tira um pouco da essência do futebol, mas sou favorável. Esse recurso tiraria dúvidas e o melhor é fazer o correto. O jogo pode ficar mais demorado, mas vale a pena, para não beneficiar e prejudicar ninguém”, ressalta.
Quem também joga nos clubes de futebol sete em Montenegro é Diego Schons Kayser, que existem pontos negativos com a utilização da tecnologia. “Vem para somar. Acompanho os esportes americanos e lá usam o recurso. É extremamente útil. Além disso, a novidade vai gerar mais empregos e terão mais câmeras com ângulos de visão diferentes para o torcedor assistir. Só vejo pontos positivos com essa possibilidade”, argumenta.

Bandeirinha da CBF também aprova
Único árbitro assistente do Vale do Caí inserido no quadro da CBF, o montenegrino Michael Stanislau também é favorável à utilização do árbitro de vídeo. Ele não acredita que o recurso diminua a importância da decisão da arbitragem no campo. “Vindo para somar e diminuir os erros, sou a favor. Acho que não iria interferir (na atuação da arbitragem de campo), pois tem lances que precisará sempre do juiz, até mesmo para utilizar o árbitro de vídeo”, diz.
Apesar de concordar, Stanislau faz uma observação. “Só precisa ser utilizada de maneira correta e ser predeterminado em quais tipos de lances o recurso será usado. Não pode ser usado em lances interpretativos, por exemplo”, completa.

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