A iniciativa busca dar voz aos moradores escritores das favelas
Nem a chuva foi capaz de desanimar o primeiro Festival Favela Literária, no Mocambo da Central Única das Favelas (CUFA) em Montenegro, no inicio da noite desta segunda-feira, 4. Com o objetivo de difundir e integrar a literatura das favelas e periferias, seus autores e arte, o evento envolveu pessoas da periferia e representantes de diversas escolas do Município.
A iniciativa ocorreu em todas as sedes da entidade espalhadas nas mais de 400 cidades brasileiras, e essa foi uma oportunidade que segundo o coordenador executivo da CUFA em Montenegro, Rogério dos Santos, é única, ainda mais pela data do evento. “A gente aproveitou que hoje, 4 de novembro, é o Dia da Favela e estamos trazendo dois jovens autores que fazem poesia e também são do SLAM, que é algo que estamos apontando e identifica muito o jovem, principalmente o de periferia”, explica Rogério.
Os destaques no SLAM brasileiro, Cristal Rocha e Bruno Negrão fizeram a sua participação na noite com poesias próprias e muito papo cabeça. O coordenador da CUFA ainda lançou uma novidade para o próximo ano. “A gente vê que com o SLAM, através da poesia, faz os jovens procurarem um novo vocabulário, lerem e também a levantar algumas questões importantes, e nós estamos organizando um projeto pro ano que vem de passar o SLAM nas escolas”, diz.
Na mesma data, no ano de 1900, o nome favela foi formalmente escrito em um documento público, sinalizando o Morro da Providência e esse foi um grande marco para as comunidades. Poeta e escritora Cristal Rocha, começou com o SLAM em 2017 e na sua opinião eventos como esse são essenciais para a população da favela.
“Esse é um espaço necessário porque é voltado para o que fazemos. Normalmente não temos espaço nem na academia e em lugares que são privilegiados, então a juventude ter um local de voz inspira e motiva que a gente escreva mais”, afirma Cristal. Representantes de diversas escolas de Montenegro se fizeram presente e receberam a doação de livros do escritor carioca Jessé Andarilho que fez um bate-papo com os jovens quando esteve na cidade.