Prefeitura aguarda a análise do Plano de Mobilidade Urbana
O trânsito na Avenida Júlio Renner (Via II) continua sendo tema de muita discussão. O debate tende a aumentar com a apresentação do Plano de Mobilidade Urbana que está em análise nos conselhos municipais de trânsito e do plano diretor. O documento deve, depois, ser encaminhado para ser discutido em audiência pública com a população e para a aprovação da Câmara de Vereadores.
Recentemente foi fechado o canteiro central da Via II no cruzamento com as ruas Amauri Daudt Lampert (rua do Fórum) e Barcelona, onde vinham ocorrendo muitos acidentes, inclusive com mortes. Mas outras medidas também são discutidas para aumentar a segurança na avenida. Por isso, foi realizada uma reunião na Câmara de Vereadores, solicitada pelo vereador Gustavo Oliveira (PP). O encontro contou com a participação de representantes da Prefeitura, Brigada Militar, Ministério Público (MP) e Hospital Unimed. “São necessárias mais intervenções”, destaca a promotora de justiça Daniela Tobaldini, lembrando que o MP solicitou medidas para a Prefeitura, que no final de semana retrasado fez o fechamento da travessia no cruzamento da Via II com a rua do Fórum. “Não basta apenas essa intervenção, sem outras. Se não será apenas transferido o problema de um ponto para outros”, completa. “Não se pode esperar pela perda de mais vidas”, entende, quanto às análises técnicas e discussões que ainda vão acontecer sobre o plano de mobilidade urbana.
De acordo com o secretário municipal de planejamento, Daniel Vargas de Oliveira, foi contratada uma empresa especializada para elaborar o plano para melhorar a mobilidade. O diretor de transporte e trânsito, Paulo Reinaldo Tempass Junior, reforçou que pelo estudo devem ser fechadas a maioria das doze travessias da Via II, devendo restar apenas quatro. Lembrou que deve ser construída uma rótula no cruzamento com a Rua Campos Neto, em frente à Secretaria Municipal da Saúde (Assistência Social) e sinaleira na esquina com a Rua Juvenal Alves de Oliveira. “Não vamos fazer nenhum fechamento mais até a aprovação do plano”, disse Tempass, citando ainda a sugestão de uma ciclofaixa para pedestres no canteiro central da avenida.
Quanto a transferir o problema para outros cruzamentos, onde inclusive a promotora de justiça diz que já estão ocorrendo congestionamentos, o diretor de trânsito diz que em um primeiro momento o resultado do primeiro fechamento de travessia da Via II tem sido positivo. Entretanto, um dos moradores presentes discordou, dizendo que os motoristas têm aumentado a velocidade por saber que não tem mais cruzamento naquele ponto; e que os outros cruzamentos ficaram muito mais movimentados.
Daniela Tobaldini pediu reforço na sinalização, temendo mais acidentes. Tempass lembrou a importância dos motoristas obedecerem à sinalização existente no local e que a velocidade limite é de 40 KM/h. Entretanto, a maioria dos motoristas trafega acima deste limite porque a Avenida Júlio Renner, quando foi construída na década de 80, seria uma via expressa, com velocidade de até 60 KM/h. Na época não tinha tantas travessias e nem o movimento atual, com uma frota de mais de 50 mil veículos emplacados no município, além dos que vêm de fora.
Entre as alternativas está a instalação de mais faixas elevadas (quebra-molas) e futuramente deverá ter uma maior fiscalização através da Guarda Municipal. Na frente do Hospital Unimed, por exemplo, está prevista uma faixa elevada em substituição ao atual quebra-molas e um semáforo para facilitar a travessia de pedestres. “Não existe solução simples para problema complexo. A Via II hoje é um problema muito complexo. Podemos começar a fazer ações pontuais, mas vai impactar em outro lugar. Por isso foi realizado o estudo”, declara Tempass, informando que o Conselho Municipal de Trânsito já realizou duas reuniões e terá outra nesta quinta-feira, 24, para analisar as sugestões apontadas nas 576 páginas do levantamento realizado pela Líder Engenharia e Gestão de Cidades, contratada pela Prefeitura através de licitação.
Ao final da reunião, foi solicitada a possibilidade de algumas medidas serem implantadas antes da aprovação do plano de mobilidade urbana, já que toda a análise do levantamento só deve ser concluída no próximo ano. “Estamos muito preocupados com a situação da Via II. Precisam ser feitas outras intervenções de forma imediata para melhorar a segurança, já que os motoristas estão imprimindo velocidade elevada e estão acontecendo acidentes”, afirmou o vereador Gustavo Oliveira (PP), proponente da reunião. Ele pediu a instalação de faixas elevadas antes da aprovação do plano de mobilidade urbana, como na frente do Hospital Unimed e perto da esquina com a rua do Fórum. E lembra que fez uma indicação para uma ciclofaixa para ciclistas no canteiro central da avenida, que está incluída no levantamento que se encontra sob análise.