DISTANCIAMENTO CONTROLADO. Rodada dos dados vai ocorrer neste sábado
Apesar de ter visto o número de casos confirmados da Covid-19 mais que triplicar desde o início da última semana, Montenegro tende a ser mantido na bandeira laranja dentro do Distanciamento Social Controlado do Estado. É esse o sistema que define os protocolos e as restrições impostas aos municípios a partir dos dados de propagação do coronavírus e da capacidade de atendimento hospitalar que são calculados semanalmente. A definição da bandeira sai na tarde deste sábado, 23 de maio.
O Município vem sendo colocado na bandeira laranja desde o início da nova sistemática, duas semanas atrás. A categoria indica um risco médio-baixo, com baixa propagação do vírus e médica capacidade hospitalar ou vice-versa. E isso considerando toda a região analisada pelo governo, que ainda incluiu outros 17 municípios, como Canoas, Esteio e Triunfo, dada a interdependência entre eles para o atendimento nos hospitais.
É que o boom de casos de coronavírus confirmados em Montenegro deu-se quando o Estado enviou testes rápidos para testar moradores que trabalham em frigoríficos onde foram registrados surtos da doença. Foi o fator principal para que o número de contaminados saltasse dos oito para os atuais 25. Mas pouco ele interfere no levantamento do Estado sobre a velocidade de avanço da doença.
Mesmo que, neste sábado, irá definir as bandeiras olhando justamente para o período em questão, o governo estadual desconsidera os testes rápidos no Distanciamento Social Controlado. Soma só os do tipo RT-PCR, justificando uma disparidade na quantidade de testes rápidos distribuídos para cada município. Em outras palavras, se somasse todos, o sistema prejudicaria os municípios que testam mais os seus cidadãos. Segundo o governador Eduardo Leite, foi o jeito de evitar injustiças.
Mas essa regra vai mudar já na rodada da semana que vem. A partir do dia 30, nem mesmo todas as confirmações de Covid-19 por RT-PCR serão consideradas no cálculo. O índice de disseminação do coronavírus vai considerar apenas os pacientes com a doença que estiverem internados com síndrome respiratória aguda grave. É que o governo constatou que, mesmo tirando os rápidos, ainda há disparidade na aplicação de testes. E quando ocorre uma internação, a notificação do caso acaba sendo compulsória, representando um dado mais seguro.
“Estamos analisando constantemente como o entendimento do modelo se dá nos municípios e o quanto esses indicadores interferem nos resultados finais para termos o resultado mais fiel ao que efetivamente está acontecendo no Rio Grande do Sul”, explicou Leite. Segundo o prefeito Kadu Müller, apenas um montenegrino estava internado em UTI com a Covid-19 até a última terça-feira.
Em toda a região do Distanciamento, são apenas 3 em UTI, o que pode significar uma mudança de bandeira para a amarela já em junho, caso os índices se mantenham.
O QUE DEPENDE DAS BANDEIRAS:
Em que situação se encontra a região
São onze os indicadores medidos pelo Estado para definir os protocolos de distanciamento. Há algumas regras fixas, como limites de lotação, higienização e disponibilização de álcool gel; mas restrições importantes estão atreladas a troca de bandeiras. Dentre elas, a quantidade de funcionários que podem trabalhar no mesmo turno e, inclusive, a possibilidade de abrir ou não. Para alguns setores em bandeira Vermelha ou Preta, há cobrança de medição de temperatura e até testagens compulsórias.
Para isso, o governo avalia, por exemplo, o número de casos da Covid-19 nos últimos sete dias em comparação com os sete dias anteriores. E foi o que bastou para apertar as restrições na região de Uruguaiana na semana passada. Também são fatores os totais de recuperados nos últimos 50 dias, o número de óbitos, o número de leitos de UTI e quantos destes estão ocupados. Cada um tem um peso, num calculo matemático que vai indicar a categorização da região.
Consulta na tarde desta quinta-feira, 21 de maio, ao sistema do Estado mostra 197 casos de Covid-19 confirmados na região em que está Montenegro. São 24 só no Município, o que mostra que o Estado ainda não contabilizou o 25º já anunciado pela Prefeitura. Não há a informação de quantos, destes 197, foram testados pelo RT-PCR.
No que se referem às internações, são 115 os leitos de UTI adultos disponíveis na região (19 em Montenegro, 78 em Canoas, 8 em Esteio e 10 em Sapucaia). Destes, 92 já estão ocupados, embora apenas três sejam por pacientes com a Covid-19. 7 dos internados em UTI são tratados como casos suspeitos.
A capacidade hospitalar ainda deve aumentar, assim que entrarem em operação os dez leitos habilitados pelo Ministério da Saúde no Hospital Universitário, de Canoas. É mais um fator que tende a melhorar os indicadores da região na direção da bandeira menos restritiva.