Mesmo com baixo efetivo, CB amplia atendimentos

Superação. Responsável por 11 cidades, a corporação tem apenas 15 agentes, quando o adequado seria ao menos 36

O Corpo de Bombeiros de Montenegro encerrou 2017 com 467 ocorrências atendidas. Mesmo com déficit de efetivo de 58,3% e dificuldades em relação ao recebimento de salários, os profissionais sentem-se motivados para continuar atuando no intuito de salvar vidas. Segundo o comandante da corporação, sargento Adriani Camargo, 51 anos, o número de atendimentos é maior do que o ano anterior, porém os dados ainda não foram disponibilizados.
Os registros de 2017 contabilizam as ações executadas nos municípios onde o Corpo de Bombeiros de Montenegro atua: Maratá, Brochier, Barão, São Pedro da Serra, Salvador do Sul, São José do Sul, Harmonia, Tabaí, Taquari, Triunfo e Pareci Novo. Mesmo trabalhando com 15 agentes — número que representa menos da metade do efetivo mínimo estabelecido para o quartel, 36 profissionais —, os soldados se esforçam para atender a todos os chamados.

Conforme Camargo, os servidores acabam trabalhando dobrado para dar conta das atividades. Cada plantão conta com quatro bombeiros. Quando a necessidade surge, um soldado fica no quartel e os outros três partem para o atendimento externo. A sobrecarga só não é maior porque seis bombeiros voluntários também atuam na unidade. Contudo, esses últimos desempenham um trabalho de suporte aos colegas militares.
Em 2018 deve ser realizado concurso público e, com isso, espera-se o chamamento de novos bombeiros. O comandante espera que Montenegro seja um dos municípios do Estado a receber reforço de recursos humanos. Por enquanto, existe apenas a expectativa neste sentido, mas o considerável número de ocorrências registrado no ano passado deve dar visibilidade ao trabalho que vem sendo feito e, consequentemente, à necessidade de incremento de pessoal, acredita Camargo.

O grande volume de trabalho que marcou 2017 mostra o resultado da união e comprometimento do grupo, que mesmo enfrentando atrasos em seus salários consegue manter-se motivado a atender as necessidades da sociedade. “Salvar vidas é a nossa maior motivação”, diz.

Soldados preferem atuar em Montenegro
Os soldados Juliano Costa, 29 anos, e a colega de trabalho Francine Dotta, 26, possuem em comum mais do que o amor pela profissão. Ambos são naturais de Santa Maria e na hora de escolher o local onde iriam trabalhar optaram por Montenegro, pois dentre os demais municípios com ofertas de vaga é cidade mais “perto de casa”, o que facilita o retorno para visitar a família.

Juliano está na cidade há cinco anos. Satisfeito com o resultado que vê nas ações da corporação, ele garante que o trabalho feito aqui é um dos melhores que já viu em muitos quartéis. “A gente desempenha bem a função. O pessoal é muito unido. Na hora de ajudar quem precisa, eles esquecem a questão do salário atrasado”, comenta.

Francine chegou a Montenegro em julho do ano passado. Apesar do pouco tempo na corporação, ela também está satisfeita com o trabalho desempenhado na unidade. “Sempre gostei de ajudar as pessoas. É um meio de ajudar a sociedade em meio a tanto caos”, comenta.

Casos atendidos em 2017
— 165 ações preventivas (incêndios que já haviam sido controlados antes da chegada dos bombeiros)
— 162 incêndios (incluindo alguns casos de ações preventivas)
— 58 salvamentos (resgate de acidentes)
— 43 atendimentos pré-hospitalares
— 35 ocorrências não executadas (trotes passados para a corporação)

Melhorias às vésperas da aposentadoria

Camargo encerra carreira em abril

O comandante Camargo, natural de Rosário do Sul, lembra com satisfação que foi em Montenegro que fez seu curso de formação, em 1991. Mais realizado ele se sente quando conta que há um ano retornou para Montenegro, onde irá se aposentar em abril.
Ao longo de quase 30 anos, o sargento já atuou em Canoas, Portão e Esteio, mas foi em Montenegro que planejou encerrar as atividades. Antes que seu período à frente do CB encerre, ele planeja ações para 2018. Uma delas é a tão aguardada reforma do prédio sede.

A aquisição de novos veículos e a modernização da parte administrativa, através da implementação de sistema informatizado, também aparecem na lista.

Contudo, também existem conquistas que já podem ser comemoradas, lembra Camargo. Entre elas, o trabalho de ações preventivas de incêndio, através de exigências mais rigorosas quanto à liberação dos Planos de Prevenção e Proteção Contra Incêndios  (PPCIs).

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