Testes têm como objetivo a alimentação saudável e variedade do cardápio
Depois de comer dois pedaços de bolo de kässchimier, Mateus Simas, 8 anos, deu seu veredicto sobre o cardápio apresentado pela primeira vez para os alunos da Escola Municipal de Ensino Fundamental Rui Ramos, da localidade de Bananal. “Está bom, nunca tinha comido algo parecido”, disse. O experimento faz parte do teste de aceitabilidade que está sendo realizado pela Secretaria Municipal de Educação através da nutricionista da Prefeitura, Cleusa Rejane da Silva Karr.
Na quinta-feira, dia 14, foi a vez de o teste acontecer na EMEF Rui Ramos. Além do bolo de kässchimier, foi servido e avaliado um leite quente preparado com pó de cacau. “Eu botei lá que gostei”, contou Nícolas Gehlen Costa, 10 anos, do 4º ano. A avaliação com alunos da pré-escola ao 5º ano é feita através de escala hedônica facial com as crianças assinalando, através de expressões faciais lúdicas, se gostaram ou não do alimento. Do 6º ao 9º anos, a avaliação é feita em escala hedônica verbal. Segundo Cleusa, além da avaliação dos alunos, é realizado o controle de restos. Trata-se, basicamente, da pesagem do que sobrou.
Conforme Cleusa, para o alimento entrar no cardápio das escolas, 85% dos testes feitos pelos alunos devem estar marcados como gostei ou adorei e ter pelo menos 90% de aceitação através do cálculo de resto-ingestão. “A ideia é atender bem o aluno, apresentar novos sabores e novas texturas, mas que o alimento tenha também uma boa aceitação para alimentar bem essas crianças e evitar os desperdícios”, destacou a nutricionista. O bolo de kässchimier com o leite com cacau em pó teve 92% de aceitação na escala hedônica e atingiu 100% no teste de retro-ingestão. “Não sobrou nem um farelinho”, salientou a nutricionista.
Outras merendas testadas na rede municipal foram bolo de laranja formigueiro, pizza de arroz e pão com coração de frango. As três foram aprovadas. Cleusa explicou que, por ano, é feita uma média de quatro novas preparações. Elas são acrescentadas ao cardápio escolar, que conta com uma série de receitas já aprovadas pelos alunos. A formação das merendeiras acontece sempre no início do ano.
Receitas chegam a ser pedidas pelos pais
De acordo com Cleusa, alguns alimentos agradam tanto aos alunos que os pais acabam pedindo a receita. Como exemplo, ela cita um bolo de feijão feito na Escola de Educação Infantil de Pareci Novo. “As mães pediram a receita porque as crianças queriam o ‘bolo de chocolate da escolinha’, mas era feijão”, contou.
A nutricionista entende que a merenda escolar é fundamental para formar bons hábitos alimentares. Baseada em sua experiência profissional, Cleusa disse que as pessoas acabam entrando numa monotonia alimentar, comendo sempre os mesmos alimentos ou buscando sempre os mesmos ingredientes. “Aqui (na escola) a criança está mais aberta. A escola é o ambiente de aprendizagem”, destacou.