Mato toma conta de pracinha no bairro São João

Além de proliferação de insetos, o local está atraindo usuários de drogas. Crianças brincam em outras praças

APESAR de muito jovens, as irmãs Isabela e Manuela Oliveira reconhecem que a praça não apresenta condições para suas brincadeiras

Uma pracinha localizada na rua Artur Renner, no bairro São João, em Montenegro, está sendo coberta pela grama alta e pelo mato, que não param de crescer. Sem opção de local para brincar, crianças do bairro estão passando os dias trancadas dentro de casa. A situação preocupa os moradores do entorno. Enquanto os cidadãos deixam de usufruir o espaço, supostos usuários de drogas se apropriam do local.

Isabela Oliveira, de oito anos, e a irmã Manuela, de cinco, moram praticamente ao lado da praça. Ambas estão em férias escolares e gostariam de poder brincar perto de casa, mas isso não vem sendo possível. A mãe delas, Daniela Oliveira, 28, teme pela segurança das meninas. “Antes dava para levar elas para brincar na pracinha, sem o mato era um bom lugar. Mas agora está perigoso”, comenta a jovem.

O local também vem recebendo variados tipos de lixo. Em uma das lixeiras, um pelego de ovelha chama a atenção de Isabela. A menina achou que se tratava de um animal morto deixado por lá. Bastou o breve passeio até a frente da praça para Daniela aumentar sua certeza de que suas filhas estarão mais seguras se passarem as férias dentro de casa. Contudo, as pequenas insistem em brincar ao ar livre e, para não frustrar a diversão das filhas, a mãe promete um passeio pelo Parque Centenário. Deslocamento que poderia ser evitado, se a praça da rua onde moram estivesse em boas condições de uso.

Mato está atraindo “visitas indesejáveis”

Mais de um metro, é a altura do mato em certos pontos do terreno

A manicure Cássia Labres, 27, mora bem ao lado da praça. Dependendo do local que se olhe para a residência dela, fica difícil ver o imóvel, porque o mato do terreno ao lado avança em direção a sua moradia.

Cássia conta que quando mandou cortar a grama de seu pátio, chegou a pagar para que a da área de lazer também fosse baixada. Ela não sabe relatar qual foi a última vez que a Administração Municipal realizou a manutenção do lugar. “Tá bem abandonada. Tem pais que trazem as crianças, mas não deixam mais que cinco minutos por causa do mato”, reitera. Um bueiro com a tampa quebrada também coloca em risco quem circula pelo local

A manicure Cássia Labres têm feito de tudo para impedir que o mato invada o pátio da casa dela

O que vem preocupando a manicure, mais do que os insetos que avançam para a casa dele, é a presença de pessoas estranhas na área. Segundo ela, alguns homens, suspeitos de serem usuários de drogas, têm passado as tardes no local. Veículos estranhos também passaram a circular e a parar na pracinha. A moradora acredita que se o local for limpo inibirá a presença de cidadãos mal intencionados, pois esses não terão o mato para disfarçar suas presenças e também porque os moradores voltarão a frequentar o espaço.

A solicitação de limpeza dos moradores foi encaminhada pela reportagem à assessoria de comunicação da Prefeitura, mas, até o momento não houve retorno.

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