Montenegrino se apresentou no festival com banda Akeem Music, no início de março
Foi na escola que o montenegrino Mateus Vinícius Zuanazzi viu despertar a sua paixão pela música. Estudante do Colégio Sinodal Progresso, ele começou no curso de música da instituição quando tinha 9 anos de idade. “Eu aprendi o violão, flauta e um pouquinho de teclado. Fiz todas as aulas que eu podia, na escola”, conta.
Mais tarde, já na adolescência, ingressou no curso de música da Fundarte, onde estudou guitarra por seis anos. A instituição foi um divisor de águas, e foi onde Zuanazzi percebeu que a música era o caminho que queria seguir. “Todo mundo estudava o seu instrumento, mas as aulas teóricas tinham colegas de vários instrumentos, então foi uma grande preparação. A minha formatura na Fundarte foi em 2003, no mesmo ano que eu me formei no ensino médio”, relata.
Na universidade, Zuanazzi escolheu cursar publicidade, justamente pela proximidade com o meio artístico e musical. “Quando chegou a época do vestibular eu fui morar em Porto Alegre, porque eu queria conhecer outras coisas. Como eu não tinha ninguém na família que vivesse da música e tinha uma responsabilidade do que ia fazer na faculdade, então a coisa mais perto da música que eu achei foi publicidade. Me formei em publicidade e eu trabalho com isso também, sou redator publicitário”, expõe.
Foi na universidade e morando em Porto Alegre que Zuanazzi começou a participar de sua primeira banda. Com o grupo, o montenegrino viveu a experiência de tocar em várias cidades. Mas o projeto acabou se desfazendo quando os amigos finalizaram o curso na faculdade. Na época, Mateus decidiu focar na carreira solo, com composições e gravações. No entanto, o projeto acabou também se tornando uma banda: a Missing Takes. Foi com a banda que Mateus vivenciou uma das experiências mais importantes de sua carreira como artista. A banda foi selecionada para participar de um festival no Canadá e em seguida saiu em turnê pela costa da Califórnia, nos Estados Unidos. “Foi um projeto incrível, onde a gente ganhou prêmio e tocamos em várias cidades do Brasil e na America do Norte”, afirma Zuanazzi.
Mas com prioridades diferentes, o grupo acabou pausando o projeto. Foi então que ele foi morar em Los Angeles, onde ganhou uma bolsa em uma escola de música. O curso foi focado na música eletrônica, um gênero que até então não havia sido parte da formação de Mateus. Desde que retornou dos Estados Unidos, Zuanazzi trabalha na sua carreira solo, com o projeto Zuana. “Nesse projeto eu gravo e faço meio que tudo, aí quando vou tocar ao vivo, eu tenho uma banda que me acompanha. O Zuana tem elementos que mesclam o pop, o rock e a música eletrônica”, aponta.
Participação no festival SXSW foi destaque na carreira de Mateus
No início de março o montenegrino Mateus Zuanazzi vivenciou uma das experiências mais marcantes de sua careira: a participação no festival South by Southwest (SXSW), que acontece em Austin, cidade que fica no Texas, nos Estados Unidos. O festival é reconhecido internacionalmente por trazer em suas edições debates acerca de inovação, cinema, cultura e diversas atrações musicais.
O convite veio através de um amigo, o porto-alegrense Akeem Delanhesi, que Mateus conheceu durante a turnê pela Califórnia. Akeem se inscreveu pela internet para participar do festival e o seu projeto foi selecionado. O convite para o amigo montenegrino ir tocar junto no SXSW surgiu de forma natural. “Nós fomos na formação com baixo, violão e guitarra. As baterias e alguma coisa de teclado a gente levou gravado em trilha. Tivemos só um mês para ensaiar, ver passagem, hospedagem. Foi tudo muito de repente”, diz Zuanazzi.
O grupo teve a oportunidade de se apresentar em três shows, mas o destaque maior foi a última apresentação. Na oportunidade o trio brasileiro teve a chance de conhecer outros artistas e fazer contatos no meio musical. “O que fica de ensinamento é que valeu a pena. É um lugar onde as pessoas te levam a sério. Tu ganha um carimbo de credibilidade por ter participado do festival”, aponta Zuanazzi.
Mateus destaca que o festival foi uma oportunidade de mostrar o seu trabalho e fazer contatos com outros artistas e produtores musicais. “Realmente abre portas, independente da tua grandeza ou relevância”, afirma. Para o montenegrino, o que marcou durante as apresentações foi o fato das pessoas estarem interessadas em artistas independentes. “É um lugar que tem muita gente de fora, do mundo inteiro, e as pessoas que não falam Português estavam interessadas em ver o teu show, não precisava cantar em inglês pra eles se interessarem”, afirma.