Empreendimento está sendo construído em Linha Boa Esperança
Um ambicioso empreendimento está em construção em Linha Boa Esperança, no interior de Maratá. Distante cerca de 150 quilômetros em linha reta do mar, a propriedade da família Sost está sendo preparada para transformar-se numa fazenda de camarão. A projeção é que o espaço comece a produzir o fruto do mar no segundo semestre deste ano.
Responsável por tocar o empreendimento, Alberto Sost conta que sua família é de Salvador do Sul, mas que recentemente sua mãe adquiriu a área de terras em Linha Boa Esperança e fez uma provocação a Alberto e seus irmãos Arthur e Afonso: encontrar uma finalidade diferente de plantação ou criação de gado para a área. Assim, eles passaram a analisar possibilidades até Alberto vir com a ideia da fazenda de camarão.
“A gente tem público consumidor, a gente tem um mercado que aceita o produto e a gente não tem o produto. Então, dentro daquelas três necessidades que tu precisa ter pra criar uma empresa (mercado consumidor, produto e venda), a gente enxergou essa possibilidade. Porém, é um desafio enorme”, comenta Alberto. E o desafio vem em diferentes etapas.
A primeira delas foi preparar o terreno, que passou por terraplanagem. Atualmente, ocorre a construção dos quatro módulos de criação previstos no projeto. Cada um deles conta com um berçário e tanques para criação dos camarões. Segundo Alberto, com todos os módulos em funcionamento, será possível criar 25 toneladas de camarão ao ano. Após a edificação dos módulos será necessário fazer a instalação hidráulica dos tanques e também a construção de estação de tratamento de água e de laboratório de análise e instalação de sistema de aquecimento.
A expectativa do empreendedor é ter tudo isso pronto para, em setembro, começar a alojar os camarões da espécie Litopenaeus vannamei. Alberto explica que o fruto do mar chegará na forma de pós-larva vindo do Rio Grande do Norte de avião e exigirá uma série de cuidados até chegar aos tanques e também dentro deles. E aí estão outros desafios.
O primeiro deles será tratar a água doce que irá encher os tanques, vinda de um poço artesiano perfurado na propriedade, para que ela fique salgada no nível certo para o desenvolvimento do camarão. Outro é manter a temperatura do tanque entre 16°C e 32°C – sendo 28°C o ideal. A alimentação dos animais se dará pelo sistema de bioflocos. Para garantir que tudo dará certo, Alberto conta com o auxílio de técnicos e pesquisadores do assunto. Além disso, ele mesmo tem se qualificando – inclusive fazendo um curso na Universidade Federal de Rio Grande (FURG) sobre o manejo com bioflocos.
Tamanho empreendimento exigirá um alto investimento. Conforme Alberto, o negócio foi desenhado pensando num investimento de R$ 2 milhões, mas adaptações e melhorias – como a busca por soluções sustentáveis para uma futura busca por selo de sustentabilidade – fizeram com que o valor aumentasse e chegasse na casa dos R$ 5 milhões. Além do alto valor investido em Maratá, o empreendedor também projeta criar, num primeiro momento, de 6 a 7 empregos diretos.